O futuro de travestis, mulheres negras e trans
O Quilombo Urbano Xica Manicongo está sendo erguido por mulheres e coletivos que pensam a proteção, encontro, fortalecimento e articulação dos movimentos Negros e LGBTIAP+ na cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Crédito: Divulgação
Por: Renato Silva / Lupa do Bem – Favela em Pauta
O espaço é fruto da construção coletiva de três organizações: o Movimentos Xica Manicongo, que reúne travestis e transexuais da região metropolitana do Rio de Janeiro; o Quilombo Alagbara, coletivo de mulheres negras Amefricanas; e o Coletivo Transparente, que pauta a concepção de raça, classe e gênero na arte, e pretende também ser um centro de resgate da história e cultura afro-brasileira e dos corpos travestigêneres.
A co-fundadora do Quilombo Alagbara e do Quilombo Urbano Xica Manicongo, Nathalia Carlos, ressalta afirma a importância de reconhecer a luta de povos quilombolas como algo atual, não como uma história do passado, como muitas vezes é estudado na opinião da co-fundadora e assistente social.
“Os quilombos foram se reinventando, ganhando novos formatos de organização coletiva, pra resistir a toda a nova estrutura que a gente vive no Brasil, eles têm uma continuidade histórica”, analisa Nathalia.
Nathalia lembra ainda que o território onde se organiza hoje o Quilombo Urbano Xica Manicongo tem essa ligação com a história local.
“Os casarões aqui do entorno hoje estão no campo de disputa com a especulação imobiliária, mas tem muitas comunidades que ocupam esses casarões, muitos em ruínas, como forma de resistência, de luta por moradia e tombamento. A gente entende essas ocupações também como quilombos. Então, nossa intenção aqui é somar nessa luta quilombola também”, comenta.
Parte importante para finalizar o processo de erguer a sede do Quilombo Urbano Xica Manicongo consiste na campanha de financiamento “Erga um Quilombo”, organizada através do perfil no instagram e com foco na nova ferramenta de transferências bancárias, o Pix.