Instituições ajudam e conscientizam sobre alto preço do gás

Sindipetro-NF e FUP promovem um debate importante sobre a economia nacional e o preço do gás no bolso do consumidor

04.11.21

Crédito: Divulgação

Por: Renato Silva / Lupa do Bem – Favela em Pauta

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) criaram a campanha “Gás a Preço Justo”, onde subsidiam botijões de gás a R$ 50 para famílias da comunidade que recebem a ação. Até o momento, houve ações em diferentes favelas e regiões periféricas, como a ação realizada na cidade de Rio das Ostras, no dia 21 de outubro, e na Vila Vintém, no Rio de Janeiro, no dia 28

A ação solidária realizada visa uma condição de didática sobre a economia do país, ao estabelecer um diálogo entre a população e centrais sindicais afetadas pelos seguidos aumentos nos preços de combustíveis e derivados de petróleo, como a gasolina, o diesel e o GLP (gás liquefeito de petróleo), utilizado nas cozinhas brasileiras.

O diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, afirma ser importante que a população tome conhecimento das razões pelas quais o preço do gás e demais combustíveis não acompanham a renda do trabalhador comum.

preço do gás

“A Petrobras vem praticando a chamada Política de Paridade Internacional, que significa que toda vez que o barril de petróleo sobe, ou o câmbio dá uma variada, aumenta o preço dos combustíveis aqui”, explica o diretor.

Segundo Rangel, essa prática não deveria ser comum em um país onde a moeda é o real, e que produz 85% do combustível necessário para atender a demanda nacional, necessitando apenas de 15% de importação. 

“É como se o trabalhador e a trabalhadora brasileira recebessem em dólar, e a gente não recebe em dólar. Então essa política pode ser aplicada em países que não são produtores, por exemplo. O que não é o caso do Brasil e de outros países produtores de petróleo”, complementa.

Ações apontam soluções e contradições para o preço do gás

Em ação realizada na Vila Vintém, a moradora Paola Maria, que participou da ação, contou à equipe do Sindipetro-NF que nunca viu situação como a que o país atravessa agora.

“Você pagar R$ 113 no botijão de gás, como eu paguei, não existe. O governo oferece para a gente um auxílio de R$150,00, nós compramos o botijão de gás, e comemos o quê? É pancada para todos os lados, uma lata de óleo por R$ 10, arroz caro, feijão e carne já nem conseguimos colocar na mesa. Acredito que a culpa é do presidente, porque desde que me entendo como gente nunca vi uma crise dessa extensão”, relatou.

O GLP, o famoso “gás de cozinha”, já atingiu o valor de R$ 135, nos estados do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Rondônia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o GLP aumentou 34,67% nos últimos 12 meses.

O diretor do Sindipetro-NF conta que além da ação “Gás a Preço Justo”, onde são oferecidos botijões de gás a R$ 50, ações como doações de cestas básicas são realizadas.

Rangel lembra que para a iniciativa conjunta, a solidariedade praticada necessita também de um debate sobre a necessidade de levar essa ação até a população. “Não basta você chegar lá e distribuir cesta, se não vamos ficar igual aos outros. A gente tem que levar a solidariedade, mas dizer pras pessoas porque é que elas estão sem emprego. Porque eu não queria estar lá, queria que elas tivessem liberdade de, com os seus salários, comprar o que quisessem. Então é muito importante a conscientização do momento do nosso país”, conclui.

Autor: Redação - Lupa do Bem
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