Coletivo de cineastas se mobiliza para produzir o filme ‘Tecnofobia’
A obra é o terceiro filme de trilogia que aborda temas como afrofuturismo e cyberpunk
Créditos das fotos: Maíra Gomes e Josy Andrade
Por: Renato Silva / Lupa do Bem – Favela em Pauta
Com equipe e produção baseada na Baixada Fluminense, o coletivo e Escola Criativa Àwòrán está realizando um financiamento coletivo para a produção do filme ‘Tecnofobia’, que traz uma mescla entre afrofuturismo e o cyberpunk, com o intuito de debater temas como questões raciais e alto consumo de tecnologia.
A trilogia teve início em 2018, com um filme produzido em uma viagem de férias e finalizado só após a aprovação do projeto. ‘Tecnoismo’ teve seu lançamento realizado no Festival de Cinema e Artes da Bélgica e pode ser assistido de graça no YouTube.
A segunda peça da trilogia, ‘Tecnofagia’, ainda cumpre um roteiro de apresentações em festivais até ser lançado ao público geral, o que deve ocorrer nos próximos meses. Agora, a equipe criativa da Àwòrán – termo iorubá que pode ser traduzido como “imagem” – trabalha para viabilizar a produção do terceiro filme, ‘Tecnofobia’.
No contexto da pandemia, tornou-se importante apoiar projetos no setor de arte e cultura, como constatou o artigo da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental – ANESP, que afirma que o impacto da pandemia do novo coronavírus gerou um prejuízo de R$ 11,1 bilhões ao Brasil, afetando 5,2 milhões de brasileiros que atuam nesse setor.
Marcos Lamoreux, um dos responsáveis pela trilogia, conta sobre como foi trabalhar o cyberpunk em um projeto de cinema. “Eu queria pensar um pouco nessa ideia e [também] pautar o racial”, afirma.
Muito mais que uma trilogia
A produção das obras cinematográficas é apenas uma das muitas realizações desses jovens cineastas. Eles formam uma organização que se apresenta como uma escola criativa audiovisual de perspectiva afrocentrada.
A Àwòrán teve início em 2018, como um curso de extensão da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com o tema ‘Tecnologias e audiovisual aplicadas à educação’. O curso tinha um público-alvo diversificado, gerando integração entre jovens de pré-vestibulares sociais, graduandos e estudantes do ensino médio.
Desde a fundação, vários modelos e cursos foram oferecidos pela organização, como o curso Cinema e Audiovisual, destinado a coletivos, organizações, grupos, docentes, agentes e espaços culturais, visando abrir caminhos para que pequenos organizadores pudessem entender todos os passos necessários para começar um projeto audiovisual.
Lamoreux fala também sobre a importância em difundir esse conhecimento e tornar prática a teoria ensinada. “É importante mostrar que as coisas são possíveis, com planejamento, com pesquisa, nós conseguimos fazer as coisas mais incríveis. É possível fazer com pouco, produzir com qualidade, com ciência. É possível estudar, correr atrás e fazer uma parada maneira”, diz.
Tecnofobia: como contribuir com o filme
Para apoiar a produção do filme ‘Tecnofobia’, a organização está aceitando contribuições via Pix, por meio da chave coraldwho@gmail.com (e-mail). O dinheiro arrecadado no financiamento coletivo deve viabilizar transporte, alimentação, consumíveis e equipamentos de proteção individual.