Fruto de parceria entre UNICEF e Undime, projeto auxilia crianças e adolescentes no acesso ao ensino básico

A BAE - Busca Ativa Escolar ajuda estados e municípios a combater a evasão escolar no ensino básico brasileiro

13.12.22

Crédito: Raoni Libório / UNICEF-BRZ

Por: Eduarda Nunes – Lupa do Bem / Favela em Pauta

A pandemia da Covid-19 criou, acelerou e amplificou diversos problemas sociais e a exclusão e evasão escolar foram alguns deles. O fechamento das escolas, a inviabilização de determinados postos de trabalho, a fome e a necessidade de isolamento social foram alguns dos fatores que, em 2021, aumentaram em 171% o número de crianças longe dos estudos, quando comparados ao ano anterior à pandemia (2019). Foi nesse cenário que surgiu a Busca Ativa Escolar (BAE), iniciativa que auxilia estados e municípios brasileiros a recuperar crianças e adolescentes para as escolas.

Em setembro de 2020, ano inicial da pandemia, a UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância, e a Undime – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, lançaram o programa Busca Ativa Escolar, com a campanha “Fora da escola não pode, mesmo que a escola esteja funcionando em outros formatos”. 

Além da campanha, também foram e são desenvolvidas estratégias a partir de uma metodologia social e uma plataforma, de mesmo nome, que dão suporte aos estados e municípios na identificação dos alunos que estão fora do ambiente escolar, além das razões pelas quais isso acontece.

A partir disso uma série de outros trabalhos acontece para garantir que as crianças e suas famílias passem a ser assistidas, de fato, pela rede de proteção social. Daniela Rocha, oficial de Educação da Unicef e coordenadora nacional da BAE, conta que “um impacto importante que a busca promove é o de apoiar os municípios a desenvolverem melhor uma cultura de trabalho colaborativo, porque a estratégia não é tocada apenas pela educação, ela precisa da participação da assistência social, da saúde, do planejamento e de outras secretarias.” 

A oficial de educação conta ainda que é importante fomentar a intersetorialidade para criar um melhor arranjo de colaboração visando a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Diagnósticos da evasão escolas

Nesses pouco mais de dois anos de implementação do projeto algumas barreiras foram identificadas. A falta de escolas próximas, a falta de vagas nas escolas, a falta ou precarização do transporte escolar são algumas. 

Já no âmbito familiar, foi identificado que a vulnerabilidade social das famílias influencia na questão do trabalho infantil, migrações constantes e diversas ordens de violências, as quais não só as crianças e adolescentes são submetidas, mas todos os integrantes da família. Outros fatores, como a falta de documentação, ainda são impeditivos que afastam ou retiram as crianças das escolas e creches. 

Além dessas questões, Daniela comenta ainda que a execução de práticas pedagógicas que não dialogam ou que fazem pouco sentido para os estudantes e uma aplicação com falhas da estratégia de integração intersetorial também podem influenciar nesses casos de exclusão e evasão escolar.

Além do trabalho que é realizado junto ao poder público, existe a mobilização social que é feita para que a sociedade em geral entenda que “estar fora da escola não é normal, não é natural e não é desejado, sobretudo com determinadas infâncias e adolescências que, no senso comum, a sociedade até aceita que estejam fora da escola. Um exemplo disso são as crianças pobres e as crianças negras, que trabalham e ajudam na renda familiar”, finaliza. 

Conheça e saiba quem pode integrar o programa

Para participar do programa, é necessário acessar o site da Busca Ativa Escolar, o buscaativaescolar.org.br/, e cumprir o passo a passo para cadastrar o município, com a organização de uma equipe, que é composta por: Prefeito(a) Municipal, quem faz a adesão municipal; Gestor(a) Político(a); Coordenador(a) Operacional; Supervisores(as) Institucionais; Técnicos(as) Verificadores(as) e Agentes Comunitários(as). Para saber de todos os detalhes, basta acessar o site ou acompanhar também o perfil da Undime no Instagram, no @undimenacional.

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Autor: Redação - Lupa do Bem
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