Conheça cinco instituições que atuam com direitos indígenas
Dia dos Povos Indígenas representa a diversidade das populações originárias.
Atualmente, há 305 povos indígenas no Brasil. São cerca de 1,6 milhão de pessoas, segundo dados preliminares do censo de 2022 (IBGE). Isso representa aproximadamente 0,8% da população total do país. Estima-se ainda que há mais de 160 línguas e dialetos indígenas no país. Por estas razões, o dia 19 de abril passou a se chamar oficialmente “Dia dos Povos Indígenas”, em 2022.
O novo termo substituiu o antigo “Dia do Índio”, considerado genérico e preconceituoso pelos indígenas. Espera-se, assim, que a diversidade cultural dos povos seja respeitada. Dentre os principais direitos que garantem essa diversidade estão o acesso à terra, cuidados específicos com a saúde e alimentação e ações afirmativas.
Para contribuir com esta data histórica, identificamos, portanto, cinco instituições que atuam com direitos indígenas no Brasil.
1 – Associação Pataxó da Aldeia Pé do Monte (APAPEM)
Em 2007, jovens pataxós criaram a Associação Pataxó da Aldeia Pé do Monte, em Porto Seguro (BA), para consolidar o etnoturismo local. O Monte Pascoal é considerado a primeira porção de terra avistada pelos portugueses quando eles chegaram por aqui, ao que viria se chamar Brasil. Criado em 1961, o Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal possui cerca de 22 mil hectares e tem sido visitado por turistas em busca de belezas naturais. A APAPEM apoia os pataxós para trabalharem como guias turísticos dentro do parque. Além disso, também atua com produções agrícolas e artesanato. Para mais informações, visite a página da APAPEM no Facebook.
2 – Comissão Guarani Yvyrupa (CGY)
Cerca de 25 mil guaranis vivem atualmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. É o maior povo indígena do Brasil. Porém, é o que menos possui terras demarcadas. A Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) surgiu em 2006, justamente para articular o povo Guarani na luta pela terra. Este ano, a CGY lançou a campanha #DemarcaYvyrupa, de apoio à finalização da demarcação de 12 Terras indígenas Guarani. São áreas que estão prontas para serem regularizadas, mas que tiveram seus processos de demarcação paralisados durante o governo Bolsonaro (2018-2022). Para apoiar a campanha, acesse o site da CGY.
3 – Programa Indígenas Em Contexto Urbano
O “Programa Indígenas em Contexto Urbano” iniciou suas atividades em 1998 e passou a fazer parte da ONG Opção Brasil alguns anos depois, em 2004. Localizado em São Caetano do Sul (SP), o programa organiza feiras indígenas e atua na identificação e articulação de pessoas e grupos indígenas que moram nas cidades brasileiras. Na Grande São Paulo, por exemplo, vivem indígenas de 80 povos distintos. Ao lado de movimentos e coletivos indígenas parceiros, como Paru de BH, movimento indígena urbano de São Luís (MA) e coletivo Etnocidade de Campinas, formaram a Rede Nacional de Articulação dos Indígenas em Contextos Urbanos e Migrantes (RENIU), em 2020. A rede, além de ser um espaço de acolhimento dos indígenas que vivem em contextos urbanos e fora da aldeia, realiza conferências e produz conhecimento sobre o tema. Saiba mais.
4 – Paraskeués – Podcast para a vida
Paraskeués é um podcast focado no conhecimento indígena. O programa de áudio tem como objetivo estimular uma reflexão sobre a vida dos povos indígenas e sensibilizar as instituições e o público em geral para a importância da preservação da cultura e seus territórios. Ou como dizem seus realizadores, “fomentar maneiras de se pensar processos de ‘cura’, ou ainda, de enfrentamento do caos”. A curadoria é de Naine Terena e Flávio Fêo, ambos pesquisadores e professores. As entrevistas com artistas, pesquisadores e ativistas indígenas e parcerias com Tepi Produções e Incluzartis enriquecem a produção. Participações especiais de Ailton Krenak, Denilson Baniwa, Juma Pariri e Rosa Peixoto. Vale a pena conferir! Disponível no Spotify e no Facebook.
5 – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA)
A Terra Indígena Vale do Javari foi homologada em 2001 e é considerada a segunda maior no Brasil. A área abrange parte dos municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença, todas no Amazonas, na região fronteiriça entre Brasil e Peru. Com histórico de luta na demarcação de terras indígenas da região desde os anos 1980, a UNIVAJA foi oficializada em 2010. Atuando através de organizações de base, a associação defende os direitos de diferentes povos indígenas do Vale do Javari: Matis, Marubo, Kulina, Kanamary, Korubo, entre outros, incluindo Povos Isolados. Maiores detalhes no site da UNIVAJA.