Outubro Rosa: o que é, como surgiu e por que é tão importante?
Descubra a importância do Outubro Rosa, um movimento global de conscientização sobre o câncer de mama. Saiba como começou e por que ele é essencial para a saúde das mulheres
Outubro Rosa: o que é, como surgiu e por que é tão importante?
O que é?
O Outubro Rosa é um movimento internacional voltado para a promoção da conscientização acerca do câncer de mama. A campanha tem como principal objetivo informar e sensibilizar a população, destacando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
Como surgiu?
O movimento nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, a partir do surgimento de atos isolados por todo o país, que visavam alcançar maior relevância para a enfermidade e todas as suas nuances.
Com o tempo, a campanha passou a ganhar maior destaque, até que o Congresso Americano reconheceu outubro como o mês oficial da prevenção e detecção do câncer de mama.
Cabe destacar que o ato ganhou ainda mais visibilidade quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure entregou laços cor-de-rosa aos participantes da primeira Corrida pela Cura. Posteriormente, o laço tornou-se o símbolo oficial do movimento, sendo distribuído em locais públicos.
Por que tão importante?
O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países já desenvolvidos. A enfermidade também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres do Brasil.
Foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres brasileiras. Neste contexto, o Outubro Rosa se apresenta como um movimento crucial e uma ocasião singular para direcionar o foco à causa.
Ao redor do país e do mundo, a campanha concentra esforços na promoção da prevenção, no diagnóstico precoce e em diversas questões relacionadas à importância da saúde da mulher e todos os detalhes e cuidados que impactam a sociedade como um todo.
Além do movimento de conscientização, durante todo o mês de outubro algumas empresas promovem ações mais práticas, como: arrecadação de fundos e direcionamento para mulheres que lutam contra o câncer, vendas de peças 100% revertidas à ONGs e/ou que servirão para custear exames de diagnóstico e tratamento de câncer de mama.
Câncer de Mama: entenda as diferenças entre prevenção e detecção precoce
A redução da taxa de mortalidade do câncer de mama depende crucialmente da prevenção e da detecção precoce da doença. No entanto, é importante destacar que esses dois pilares têm conceitos distintos. Vamos esclarecer a diferença entre prevenção e detecção precoce do câncer de mama:
PREVENÇÃO
A prevenção engloba ações e medidas que visam reduzir as chances de incidência do câncer. Geralmente, atua sobre os fatores de risco modificáveis e pode ser praticada por meio da mudança de hábitos e/ou estilo de vida.
Diversos fatores de risco podem ter origem no ambiente, no comportamento, nos fatores hormonais, na genética ou na herança familiar. Ao investigar todos esses componentes, a pessoa aumenta suas probabilidades e oportunidades de se precaver.
Hábitos que auxiliam na prevenção do câncer de mama:
- Praticar atividade física;
- Alimentar-se de maneira saudável e manter o peso corporal adequado;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Não fumar e evitar o tabagismo passivo;
- Amamentar.
Cabe lembrar que, mesmo quando adotamos mudanças comportamentais, ainda há uma pequena probabilidade de desenvolver câncer de mama, seja devido a fatores genéticos, hereditários ou hormonais.
Neste cenário, surge a importância do teste genético para indivíduos com predisposição. O exame visa avaliar o risco da pessoa desenvolver a doença e indica medidas preventivas adicionais.
Todas essas ações mencionadas anteriormente constituem a prevenção primária, que tem como objetivo reduzir o risco de câncer de mama. Por outro lado, a prevenção secundária entra em cena quando a doença já se manifesta, sendo também conhecida como diagnóstico precoce ou detecção precoce.
DETECÇÃO PRECOCE
A detecção precoce envolve a realização de exames regulares com o propósito de assegurar a identificação da doença em seu estágio inicial. Esse diagnóstico antecipado desempenha um papel fundamental na redução da taxa de mortalidade por câncer, considerando que o tratamento nos estágios iniciais é mais eficaz e menos invasivo.
Cabe acrescentar que a probabilidade de cura pode alcançar até 95% quando o tumor é diagnosticado no início. Durante os exames de detecção precoce, o foco está em averiguar a presença de câncer e iniciar o tratamento antes do surgimento de sintomas.
Por conta disso, é necessário sempre estar com os exames regulares em dia. Quando se trata do câncer de mama, exames ginecológicos, mamografia, ultrassonografia e o autoexame não podem faltar.
A prevenção e a detecção precoce devem andar juntas: ambas as abordagens compartilham o mesmo propósito, que é diminuir a mortalidade decorrente do câncer de mama. Portanto, devem ser complementares!
Outubro Rosa: histórias inspiradoras
No mês de outubro, o mundo se pinta de rosa em solidariedade e conscientização sobre o câncer de mama. É um período em que celebramos a força, a resiliência e a determinação das mulheres que lutaram essa doença implacável e emergiram vitoriosas.
Neste Outubro Rosa, vamos embarcar em uma jornada de inspiração, através das histórias de coragem e superação de mulheres reais que enfrentaram o câncer de mama.
“Sou Edilaine, tenho 55 anos e fui diagnosticada com câncer de mama em agosto de 2021. Iniciei minha jornada de tratamento em janeiro de 2022, passando por cirurgias, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia. Exatamente um ano após concluir essa fase, em outubro de 2022, agora estou fazendo tratamento oral com Anastrozol (terapia hormonal), Calde (um mix de vitaminas para fortalecimento ósseo) e Zometa, que tomo a cada seis meses para proteção óssea.
Hoje, estou celebrando um ano de remissão e quase dois anos desde que tudo mudou em minha vida. Durante todo esse processo, nunca deixei de trabalhar, adaptando-me à minha condição, alternando entre dias em casa e dias na empresa. Também transformei meus hábitos alimentares e aprendi muito ao longo do tratamento. A luta contra o câncer me proporcionou uma transformação nos meus hábitos e no meu estilo de vida.
Aprendi muito sobre mim mesma, meus limites e minhas forças. Hoje, valorizo as pequenas coisas e reconheço que a vida nos é dada para realizarmos grandes feitos. Levo comigo o que de bom pude absorver dessa doença. Aprendi que o diagnóstico não é uma sentença de morte, mas sim um recomeço, um momento para olhar para si mesmo, se acolher e afirmar com convicção: “Eu vou vencer, eu sou capaz, eu posso…” O restante pode esperar.”
– Edilaine Victoretti.
“Eu sou Isabela, tenho 65 anos e fui diagnosticada com câncer de mama em novembro de 2021.. Devido à pandemia, deixei de fazer os exames de mamografia de rotina em 2020 e só os retomei em 2021. Após o diagnóstico, agendaram a cirurgia para a remoção em janeiro de 2022. No entanto, fui acometida pela Covid na onda da Ômicron, o que adiou a cirurgia para fevereiro. Como o diagnóstico do carcinoma não era invasivo, após a cirurgia, passei apenas pela radioterapia.
Após esse tratamento, comecei a terapia hormonal com tamoxifeno, cujo um dos efeitos colaterais é o ganho de peso. Por conta disso, atualmente, estou focada em mudar meus hábitos alimentares para perder peso. Aprendi que o câncer de mama está fortemente relacionado à obesidade, onde o próprio corpo produz substâncias que podem contribuir para o câncer. Hoje, minha batalha diária é vencer esses obstáculos.
Meus exames atuais indicam que não tive recidivas, e é essencial continuar fazendo regularmente os exames de rotina, pois quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores as chances de cura. Na época, fiquei muito preocupada, mas pude contar com uma conversa com alguém que havia passado por uma situação semelhante e tinha vencido. Isso foi extremamente importante, pois mostrou que é possível vencer e recomeçar.”
– Isabela Simoni
“Meu nome é Rute. Sou médica ginecologista e obstetra. Tenho 55 anos.
Meu diagnóstico foi feito no início da pandemia do covid-19. Sempre fazia meus exames de rotina religiosamente (principalmente a mamografia), pois tive uma tia que faleceu de câncer de mama, mas sempre se encontravam ótimos. Mas naquele janeiro de 2020, para minha surpresa, a mamografia apresentou microcalcificações. Enfim, veio o diagnóstico: câncer, carcinoma ductal in situ.
Senti um misto de angústia por ser médica, sabia de tudo que poderia acontecer e detalhes da doença, e ao mesmo tempo alívio, pois era um câncer em seu estágio mais precoce. Mesmo assim, tive que passar por 2 cirurgias em meio à pandemia, com isolamento social extremo, porque as margens da peça não estavam livres.
Iniciei o tratamento com tamoxifeno, o que ocasionou o espessamento endometrial e, com isso, tive que passar por mais uma cirurgia para a retirada do útero. Não precisei fazer quimioterapia, mas 1 mês de radioterapia fazia parte do protocolo. Felizmente, hoje estou há 3 anos sem sintomas.
A maior ajuda dentro da minha profissão é mostrar para as minhas pacientes que também recebem o diagnóstico que isso não é uma sentença. O câncer tem cura, mas para isso, os exames de rotina são muito necessários.”
– Rute Rosa
A importância do autocuidado e da ida ao ginecologista
A expressão “autocuidado” ganhou notoriedade recentemente, à medida que o debate sobre qualidade de vida e as transformações em nossos hábitos, iniciadas durante o período de isolamento social em 2020, se intensificam.
Como o próprio nome sugere, o autocuidado refere-se a um conjunto de ações realizadas com o objetivo de cuidar de si próprio, visando promover uma melhor qualidade de vida. Essas atitudes geralmente estão relacionadas com as metas, prazeres, interesses e desejos de cada um.
Uma das melhores maneiras de praticar o autocuidado é cuidar da saúde, mantendo hábitos saudáveis, praticando atividades físicas, mantendo-se atento aos sinais do corpo, realizando exames periódicos e também ao visitar médicos regularmente.
Neste cenário, ressaltamos a importância de ir ao ginecologista, o médico especializado em saúde íntima da mulher. Esse acompanhamento é insubstituível e nós te explicamos os porquês:
- Prevenção de doenças: os exames de rotina, como o Papanicolau, ajudam a detectar precocemente doenças como o câncer cervical. Além disso, eles podem monitorar a saúde ginecológica em geral e ajudar a prevenir problemas antes que se agravem.
- Planejamento familiar: o ginecologista auxilia na escolha de métodos contraceptivos e ajuda as mulheres a tomar decisões cruciais sobre a maternidade.
- Gerenciamento de distúrbios menstruais: visitar o ginecologista pode ajudar a entender e tratar distúrbios menstruais, como menstruações irregulares, dor intensa, ou outros problemas relacionados ao ciclo menstrual.
- Menopausa: durante a transição para a menopausa, o ginecologista pode oferecer suporte e gerenciamento de sintomas, além de discutir opções terapêuticas, quando necessário.
- Orientação sobre saúde sexual: os ginecologistas são profissionais ideais para discutir e se informar sobre questões relacionadas à saúde sexual, contracepção, disfunção sexual e orientação sobre sexualidade em geral.
Sabemos que ainda há muitos tabus a serem quebrados, mas acreditamos que para mergulhar em uma jornada saudável de autoconhecimento e autocuidado é necessário compreender todos os mistérios e nuances de nosso corpo.
Não deixe que o medo te impeça de cuidar da sua saúde! Procure por um profissional que inspire confiança e crie um ambiente acolhedor, pois a sensação de segurança é fundamental quando se trata de cuidados tão pessoais.