Instituto ESB transforma a vida de famílias através do esporte
O Instituto ESB, associação sem fins lucrativos, nasceu no ano de 2013, em Maricá, município do Rio de Janeiro, localizado na Região dos Lagos. Foi criado pelo surfista profissional Frank Correia. O ESB é um instituto registrado e também o nome do projeto.
Atividades
O Instituto ESB, tem como base a promoção do surf, bodysurf, bodyboard, corrida, kitesurf e skate. As atividades acontecem na orla de Maricá, principalmente na praia de Ponta Negra, local com maior facilidade para o ensino das modalidades.
O instituto também promove assistência social através de distribuição de cestas básicas, arrecadação e doações de agasalhos durante o inverno – além do suporte no que for necessário em caso de tragédias como grandes enchentes, que são naturais na localidade. Nesse último caso, o projeto se mobiliza para conseguir ajudar as famílias atingidas. As famílias, por sua vez, podem ser as já cadastradas no programa ou não, mas todas sendo moradoras do município em situação de vulnerabilidade.
Como funciona o Instituto ESB?
O ingresso dos alunos nas atividades se dá por meio de inscrições, onde o aluno, se já tiver idade para estar na escola, leva uma declaração escolar, atestado médico e uma autorização do responsável no caso de ser menor de idade.
Faixa etária: Crianças a partir de quatro anos, jovens, adultos e idosos.
No caso das crianças entre 4 e 11 anos de idade, os chamados ESB Kids, necessitam ser acompanhadas por um responsável na areia durante as atividades.
Número de beneficiários
No momento, o projeto soma 150 alunos inscritos. A maioria deles são adolescentes e cerca de 25 são crianças. Além desses, 10 integrantes acima de 50 anos também fazem parte do grupo.
A equipe de coordenação do projeto é formada por:
- Frank Correia, fundador;
- Amanda Souza, presidente em exercício do Instituto ESB;
- Rodrigo Figueiredo; coordenador, membro da diretoria de comunicação e responsável pela manutenção das redes sociais do projeto.
Essa equipe, além de coordenar as atividades, administram o projeto e são instrutores das aulas de esporte aquático em conjunto com mais 32 instrutores, que são ex-alunos do projeto. Os instrutores são pessoas com as mais variadas formações: servidores públicos, mestres em Biologia, profissionais de Educação Física e outros. Todos são voluntários.
Como o Instituto ESB se mantém?
Os alunos que têm condições financeiras colaboram com cinco reais mensais, e a cada aula levam um quilo de alimento não perecível.
A contribuição em dinheiro é investida em gastos com combustível, compra de equipamentos e pequenas manutenções destes. Com os alimentos, são montadas cestas básicas que são entregues mensalmente a um grupo de famílias cadastradas ou não, moradoras do município em situação de vulnerabilidade.
Porque o projeto foi criado?
“Sou surfista profissional e sempre tive mania de ensinar a outras pessoas o que aprendi nesse esporte. Sempre mostrei o caminho, pois quando comecei a surfar passei por muitas dificuldades, ninguém ensinava e na nossa região não tinha isso. Um dia, enquanto eu estava surfando, quatro pessoas viram em mim a possibilidade de eu passar o que eu sabia para elas, ser um facilitador. Através desses quatro alunos comecei a dar aulas e nasceu o Instituto ESB, que é um projeto e ao mesmo tempo uma instituição, já que é formalizado”, explica Frank Correia.
Desafios
Para Frank o maior desafio foi mudar a cultura da população em relação à união, como ferramenta de mudança de vida de um indivíduo.
Frank acrescenta: “Nossa maior preocupação e o nosso maior desafio foi mudar a visão da população. As pessoas têm a mania de pensar que tudo se resume a pagar, acreditam que para qualquer ação é necessário envolver grandes coisas. Nós mostramos, através do projeto, que com pouco, mas com união, podemos fazer muito.”
Vitórias
Amanda, presidente, fala sobre a maior vitória do projeto sob sua visão: “Uma das maiores vitorias do projeto para mim foi o caso de um aluno que ia cometer suicídio e um amigo dele, aluno do ESB, o convidou para participar de uma aula conosco. Chegando no espaço onde as atividades acontecem ele sentiu que a “vibe” era boa, gostou de conhecer nossa galera e começou a participar. Tempos depois ele nos disse que desistiu de cometer suicídio por conta de ter participado de uma aula, e ele está conosco até hoje”.
Já Rodrigo considera que é uma vitória a capacidade do projeto de incluir as pessoas, fazer com que vidas sejam resgatadas através do esporte e a promover a inclusão social.
Frank afirma que é muito importante o envolvimento dos alunos, o fato de entenderem a importância daquela aula e a importância de si mesmos dentro do projeto. No início, o intuito era estipular um preço por aula, mas foi nesse momento que Frank decidiu fazer um combinado com os alunos mais velhos e com os responsáveis pelos menores: para manter o projeto andando, eles contribuiriam com cinco reais mensais e um quilo de alimento não perecível por aula. E o esquema está dando muito certo e o projeto termina por beneficiar duplamente a comunidade, tanto com as aulas quanto com a entrega de cestas básicas a famílias necessitadas.
Visão do projeto para daqui a 10 anos
Rodrigo tem a expectativa de que daqui a dez anos essa ferramenta de transformação seja ainda mais inclusiva, ou seja, as atividades do Instituto ESB se estenda para toda a orla de Maricá e alcance os municípios vizinhos. Hoje as ações estão restritas à Praia de Ponta Negra, por conta da limitação de recursos.
Necessidades do Instituto ESB
Hoje a maior necessidade do projeto é uma sede própria com piscina, pois Frank acredita que isso vai estimular o crescimento e um maior desenvolvimento dos alunos. Hoje, as aulas, que têm como primeira atividade a natação, acontecem na praia, em mar aberto e, como é um espaço muito grande, dificulta bastante o aprendizado de todos. Com uma piscina, onde o espaço seria limitado, os alunos conseguirão aprender com mais rapidez e facilidade, além de se sentirem mais seguros. A aquisição de uma sede possibilitaria também a implementação de Reforço Escolar com o objetivo de dar suporte aos alunos, capacitando-os para provas do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) ou para ingresso na Escola Militar.
Outra necessidade mais urgente é a compra de equipamentos, tais como, camisas, uniformes com protetor solar, pés de pato, pranchas, equipamentos de segurança e protetor solar, para que possam aumentar a qualidade das aulas, pois a arrecadação mensal não chega a cobrir esses gastos.
Ações durante a Pandemia
As aulas estão suspensas temporariamente, pois o número de alunos por aula inviabiliza as atividades por conta da aglomeração. Mas as ações de assistência social, como as entregas de cestas básicas, não pararam – porém, com a suspensão das aulas o volume de doações diminuiu bastante. Agora, as cestas não se resumem somente a alimentação, e devido à pandemia foram acrescidos outros itens como, kits de limpeza, material de higiene pessoal e álcool 70.
Mas manter a entrega dessas cestas também está sendo um desafio, já que a arrecadação dos alimentos é feita durante as aulas semanalmente, que não estão acontecendo.
Durante a Páscoa passada, ano corrente, o projeto conseguiu inovar arrecadando cerca de 220 caixas de bombons que foram entregues para crianças em geral, não só do projeto. Os voluntários se dividiram em duas equipes para realizar a tarefa de recolher os bombons e posteriormente entregar às crianças.
Depoimentos
“Conheci o ESB em 2016 e me apaixonei pelo esporte. Desde então, só fui me aprofundando e abraçando a escola como se fosse minha casa, e cada um ali é como se fosse um parente meu. Tudo que sei hoje é devido à ESB, por isso sou muito grato. Posso dizer que mudou meu estilo de vida de uma forma tão agradável que incentivou até minha família a participar. Participamos eu, minha mãe e minha irmã mais nova. Sou muito grato ao Frank e a cada um que me acolheu ali desde o início. Eu posso dizer que isso realmente muda a vida das pessoas. ”
Davi de Sousa, 21 anos, instrutor voluntário e segundo Conselheiro do Instituto EESB
“Tenho uma casa em Maricá, e sempre que eu ia a Ponta Negra tinha medo de entrar no mar, apesar de saber nadar. Eu via os surfistas na água e pensava como seria bom surfar. Nessa época eu estava numa fase muito ruim, chorando muito e não queria fazer nada, então soube de uma escola de Surf e, muito envergonhada, fui perguntar se eu poderia entrar para a turma e o Frank prontamente me acolheu e a Amanda me ensinou as primeiras mágicas sensações que é fazer bodyboard. Depois que comecei, a alegria de ir todos os sábados surfar era imensa”
Maria Sulmira Guimarães, 64 anos, professora aposentada.
“O Instituto ESB me ensinou a respeitar o mar e o próximo. ”
Davi, 8 anos
“O ESB não é só dar aula de surf, ele agrega valores para os jovens e crianças, faz com que os jovens tenham responsabilidade, respeito pelos outros e a aprenderem a ser adultos dignos. Os professores são muito bons, dedicados e fazem um ótimo trabalho social. Estou aqui para agradecer o ESB. ”
Adriano, 49 anos, pai do aluno Davi.
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