Dia Internacional das Mulheres: conheça figuras importantes na luta feminina
O Dia Internacional das Mulheres é um símbolo das conquistas femininas ao longo dos anos. Por isso, listamos algumas figuras importantes que lutaram e ainda lutam pela causa. Confira!
É muito comum encontrarmos por aí datas comemorativas que foram criadas a partir de interesses e necessidades comerciais. É o caso do Dia dos Namorados, por exemplo.
Por isso, já está no imaginário social que o Dia Internacional das Mulheres tem uma origem parecida. De acordo com o Diário do Nordeste são milhares de flores e cestas encomendadas anualmente nesta data. Mas a história não é bem assim.
Registros mostram que o Dia Internacional das Mulheres é comemorado desde o início do Século 20 na Europa e nos Estados Unidos, muito antes da oficialização da data por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975.
Muito se fala sobre o incêndio da fábrica têxtil, em 1911, em Nova York, que pôs fim a vida de mais de 100 mulheres, trazendo à luz a realidade das más condições de trabalho que eram piores quando se tratava do gênero feminino.
Sim, é importante lembrarmos, porém, que as raízes da data são ainda mais profundas. A história do oito de março demandou muita luta por direitos básicos, mobilização e resistência. Tudo começou com diferentes grupos de mulheres operárias que passaram a reivindicar melhores condições de trabalho.
Abaixo, a Coluna da Neuza cita algumas mulheres que foram importantes e ainda são nos dias atuais. São figuras fortes, incentivadoras, que empoderam outras a seguirem seus caminhos.
Clara Zetkin e Alexandra Kollontai
A alemã Clara Zetkin é um nome fundamental quando pensamos no Dia Internacional das Mulheres. Ativista, professora, feminista e política, ela foi a responsável por levar a discussão sobre a situação feminina para dentro do movimento sindical e socialista. Ainda em 1891, criou a revista A Igualdade, escrita por mulheres e destinada a trabalhadoras.
Ao lado da também política e ativista, Alexandra Kollontai, ela propôs a criação de uma jornada anual de manifestações pelo direito de voto para as mulheres e melhores condições trabalhistas. Dessa forma, o primeiro Dia da Mulher é datado de 19 de março de 1911.
Raquel de Queirós
Foi uma escritora brasileira, nascida em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910, vindo a falecer em 2003. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira também a receber o Prêmio Camões.
Atuou como jornalista, tradutora e teatróloga. Seu primeiro romance, O Quinze, ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha. O romance Memorial de Maria Moura foi transformado em minissérie para televisão.
Maria Carolina de Jesus
Nunca é demais lembrar e falar demais dessa mulher admirável que nasceu em 1914, em Sacramento (MG), e passou a maior parte da vida na capital de São Paulo. Ela conseguiu lançar, mesmo com pouco estudo, seu primeiro livro, Quarto de Despejo, em 1960.
A obra reúne suas reflexões e se torna um enorme sucesso, sendo traduzido para diversos idiomas e contribuindo para uma visão humana e realista sobre a fome e a pobreza no Brasil
Dandara
Foi uma mulher de enorme importância na luta pela emancipação do povo negro brasileiro. Companheira de Zumbi dos Palmares, lutou bravamente contra a opressão na época do Brasil Colônia. Liberta, em 1694 tirou a própria vida, pois não suportava a ideia de voltar a ser escrava.
Elis Regina
Considerada a maior cantora do Brasil de todos os tempos, Elis Regina era um furacão no palco. Nascida no Rio Grande do Sul, a Pimentinha, como era conhecida, começou a cantar com apenas onze anos.
Aos 15 foi contratada pela rádio Gaúcha e, no ano seguinte, lançou o seu primeiro disco. Elis foi um sucesso de vendas e passeava por diversos gêneros: foi da bossa nova ao jazz, cantou MPB, rock e samba.
Ada Lovelace
Nasceu em 1815, na Inglaterra, dedicou sua vida à matemática e à escrita. Seu maior feito foi ter desenvolvido o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina. Ela é considerada a primeira programadora da história. Ada faleceu aos 36 anos, sem reconhecimento em vida. Veio a ter visibilidade depois que o cientista Alan Turing a citou.
Sonia Guimarães
Sonia é a primeira mulher negra brasileira a se tornar doutora em Física. Até 1996, mulheres eram impedidas até mesmo de prestar vestibular para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Lutando contra o racismo de muitas formas, ela se especializou em semicondutores, área que possibilitou o desenvolvimento da tecnologia para celulares. Hoje, as melhores notas do vestibular são de mulheres. Em 2022, a melhor nota entre todos os cursos de engenharia foi de uma mulher, que tirou 9,5.
Ivone Ferreira Caetano
Foi a primeira juíza e desembargadora negra do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A advogada aposentada, atualmente é Diretora de Igualdade Racial da Seccional do Rio de Janeiro da OAB, militante dos direitos humanos, combatente ao racismo e à violência doméstica e familiar.
Malala Yousafzau
Ativista paquistanesa mundialmente conhecida por lutar pelo direito das mulheres estudarem. Em 2012, sobreviveu a um atentado promovido pelo Talibã, organização conservadora e fundamentalista que dominava e liderava a região do Vale do Swat, no Paquistão, onde Malala vivia.
Joanna Maranhão
Ex-nadadora, Joanna Maranhão destacou, em entrevista concedida ao programa Giro Nordeste, na Rede TVT, o combate a micro agressões como forma de reduzir a violência no esporte.
A pernambucana foi vítima de abuso sexual cometido pelo próprio treinador quando tinha apenas nove anos. Em sua tese de mestrado, conduziu uma pesquisa que revelou que 93% dos atletas brasileiros já sofreram algum tipo de abuso físico, sexual ou psicológico.
Joanna Maranhão, dona do melhor resultado em Jogos Olímpicos da natação feminina brasileira, com o 5º lugar nos 400 metros medley em Atenas, recentemente tornou-se também a primeira mulher eleita para o conselho de ética do COI.