Edital seleciona projetos que combatem o racismo

As inscrições estarão abertas até 25 de março e são exclusivas para grupos liderados por pessoas negras. São R$1,25 milhão para serem doados entre 25 organizações de base

22.03.24

Um edital contra o racismo selecionará pelo menos 25 propostas de coletivos e organizações de base para receber doações de até R$50 mil cada. O recurso é destinado ao fortalecimento institucional, o que significa que pode ser utilizado da forma como o grupo proponente considerar mais relevante para a manutenção e continuidade de seu trabalho de enfrentamento ao racismo.  

O apoio tem por objetivo o fortalecimento institucional de grupos liderados por pessoas ativistas negras, de modo que possam viabilizar estrutura material e condições básicas de atuação nos territórios, garantindo a sustentabilidade de suas atividades pela promoção da justiça racial e defesa de direitos da população negra. 

Grupos que já participaram de outros editais do Fundo Brasil têm perfil na ferramenta, bastando inserir o nome de usuário e senha. Quem nunca participou deve clicar em “primeiro acesso”.

Temas 

Este é o quarto edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base. Os temas prioritários são: 

  • Defesa dos direitos de mulheres e pessoas LGBTQIA+ negras;
  • Casas e terreiros de matriz africana;
  • Comunidades e lideranças quilombolas
  • Combate ao genocídio da juventude negra.

Porém, projetos com outros enfoques que tragam abordagens criativas, inovadoras ou multiplicadoras para o enfrentamento ao racismo em suas múltiplas manifestações também terão suas inscrições aceitas.

Segundo o portal Fundo Brasil, o fortalecimento institucional é fundamental para esse processo, por isso, a instituição divulga esta chamada pública que tem o objetivo de prover apoio financeiro e proporcionar espaços de formação e articulação entre organizações lideradas por ativistas negros que atuam no combate ao racismo nos seguintes eixos:

  • Na defesa dos direitos de mulheres negras e da população negra LGBTQIA+, grupos que vivenciam processos de discriminação e violência com base na intersecção de gênero, raça e classe;
  • No combate ao genocídio da juventude preta, pobre e periférica, promovida de forma sistemática pelo Estado através de seus agentes, assim como do sistema prisional que encarcera e desumaniza homens e mulheres negros;
  • Na defesa das comunidades e lideranças quilombolas vítimas de violência e que tem suas vidas ameaçadas em razão da luta pelo reconhecimento e titulação de seus territórios;
  • Na defesa da liberdade religiosa de casas e terreiros de matriz afro-brasileira em praticar sua fé, considerando o caráter racista da violência que aflige essas comunidades.   

O período de submissão da proposta vai até 25 de março, às 18 horas, horário de Brasília. Não haverá prorrogação.

Para saber como se inscrever e outras informações, clique aqui.

Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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