Instituto do RJ oferece apoio pedagógico a superdotados de baixa renda

Apesar da facilidade em aprender, ao não terem suas necessidades educacionais atendidas, jovens com altas habilidades podem perder o interesse acadêmico. O Instituto Apontar acolhe esses estudantes em escolas municipais do Rio

15.08.24

A superdotação, também chamada de alta habilidade, ainda é cercada de estigmas e desinformação. Dessa forma, jovens com a condição e em idade escolar muitas vezes não têm suas necessidades educacionais atendidas.

Para romper esse ciclo, o Instituto Apontar, no Rio de Janeiro, atende alunos de escolas públicas e de baixa renda com essa característica. Para isso, a entidade trabalha em duas frentes: o Programa Arcos e o Programa A+.

No primeiro, uma equipe psicossocial identifica estudantes do 4º ano com traços de altas habilidades e, durante dois anos, os prepara para ingressar nas melhores escolas públicas ou privadas cariocas. O acompanhamento segue até a conclusão do ensino médio, com suporte pedagógico e psicológico.

Já no Programa A+, o foco é nos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Isadora Tonietto, diretora executiva do Instituto Apontar, explica que eles vão 3 vezes na semana no contraturno escolar e as atividades acontecem dentro de escolas municipais, que cedem os espaços.

Para o processo de seleção, o Instituto tem um acordo de cooperação com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Uma equipe psicossocial vai às escolas identificar alunos com traços de altas habilidades. Além disso, é feita a checagem socioeconômica e, por último, há uma conversa com a família do estudante.

Foto: reprodução

Para aqueles do 4º ano, há ainda uma prova de português e matemática, que não é eliminatória, mas para entender qual o nível de conhecimento.

“Às vezes, eles [os alunos] nem entendem a importância do que a gente está falando, mas começamos a plantar aquela sementinha desde a primeira conversa”, diz Isadora. A organização oferece, por exemplo, aulas de inglês, matemática, redação e robótica, além de oficinas e apoio pedagógico.

O Instituto Apontar também presta suporte psicológico às famílias, pois a criação de vínculo entre todas as partes é essencial para o progresso dos atendidos.

Resultados

Os alunos do Instituto passaram nos primeiros lugares de diversos cursos no último vestibular. Também há ótimos resultados em Olimpíadas escolares ou em feiras de ciências. “Em 2022, um grupo de três alunos, durante a aula de robótica, criou um sensor portátil capaz de medir a potabilidade da água. Eles foram na Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Engenharia) e ficaram em 4º lugar”, conta Letícia Stewart, responsável pela área de desenvolvimento institucional, acrescentando que um deles foi aprovado em 1ª lugar em Física na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Desinformação

Apesar da facilidade em aprender, ao não terem suas necessidades educacionais atendidas, alunos com altas habilidades perdem o interesse e são taxados de maus ou bagunceiros. Segundo Isadora, é comum confundi-los com gênios, que aprendem tudo sozinhos.

“Às vezes, os alunos vão ter uma evolução mais rápida, mas eles precisam ter acesso àquele conteúdo, precisam aprender a gostar de estudar, ser desafiados. São alunos extremamente questionadores, interessados e críticos”, conta.

A falta de informação é uma barreira que a entidade tem que vencer ao ir às escolas fazer a identificação. “Cansamos de escutar durante o nosso processo de identificação que aquele aluno ‘é da bagunça’. E são justamente aqueles alunos que têm um potencial gigantesco, que têm traços de altas habilidades acadêmicas, mas não estão sendo desafiados”.

Foto: reprodução

Repertório cultural

Outra preocupação é com o repertório cultural, já que o Instituto identifica apenas alunos com altas habilidades acadêmicas. Para isso, uma vez por bimestre é programada alguma atividade fora do Instituto.

Os estudantes já visitaram o Museu do Amanhã, Casa Rui Barbosa, Centro Cultural Banco do Brasil e Escola Naval. Também há uma parceria com a Orquestra Sinfônica Brasileira, que além dos estudantes, atende familiares que os acompanham. Um coral foi montado com esses responsáveis.

Quer apoiar o projeto?

O Instituto Apontar aceita doações de pessoas físicas e de empresas. Também é possível doar abatendo o valor do imposto de renda. Além disso, o Instituto aceita voluntários pontuais ou fixos. Para saber mais basta entrar em contato pelo Facebook, Instagram ou pelo site.

    Associação Vaga Lume
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    Ensino Social Profissionalizante (Espro)
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    Centro Cultural e Atelier Casa Amarela
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Aline Louzano
Aline é jornalista na Sherlock Communications. No Lupa do Bem é a responsável por organizar as pautas, pelo mapeamento de ONGs e projetos, além de revisar as matérias
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