Música e reciclagem incentivam estudantes
O projeto Melhor da Hora foi criado dentro da Escola Estadual Dilermando Costa Cruz, no bairro de Linhares, na Zona Leste de Juiz de Fora, Minas Gerais, pela professora Andréia C. da Costa no ano de 2019 e busca incentivar a prática de atividades lúdicas.
Entendendo a boa ideia:
Enquanto professora responsável pela biblioteca na escola, Andréia recebia alunos para realizar atividades no local e nesses momentos, percebia um grau de dispersão e indisciplina muito grande entre eles. Notou a falta de respeito pelo espaço de cada um dos alunos pelo espaço do outro.
Como consequência desses comportamentos, os alunos não conseguiam participar de maneira proveitosa das atividades propostas, e isso se refletia na sala de aula e em outros ambientes de convivência social. Foi aí que ela pensou em algo que eles pudessem fazer e que, indiretamente, mudasse esse comportamento, além de incentivar a integração entre os alunos e pudesse melhorar o desempenho escolar.
“À princípio, trabalhávamos somente com os alunos do 6° ao 9º Ano. Em janeiro de 2020, as inscrições foram abertas para a comunidade do bairro e adjacências. Criamos o projeto com o intuito de minimizar a indisciplina e a dispersão dos alunos dentro e fora da sala de aula, então pensamos em atividades lúdicas e prazerosas ligadas a arte, para que, no horário escolar tivessem algum tipo de atividade diferenciada durante o tempo em que estavam na escola, além da grade curricular. Uma atividade que incentiva a integração entre eles, desse noções de cidadania e ao mesmo tempo que fosse lúdica. Assim nasceu o Melhor da Hora. A ideia é transformar as horas que eles passam na escola, no melhor momento do dia.”, comenta Andréia, sobre o projeto.
Como começou?
- Oficinas de percussão com material reciclado;
- Oficinas de cidadania, saúde, direitos e outras;
- Oficina sobre a preservação do Meio Ambiente.
Faixa etária do público atendido
A faixa etária atual é de 7 a 18 anos. O objetivo a médio prazo é também incluir idosos.
Os principais materiais usados durante as atividades são reciclados, como latas de tinta e bombonas vazias. Isso ajuda e conscientiza os alunos sobre a importância da reciclagem, do reaproveitamento de materiais e para preservação dos recursos naturais.
Quais mudanças surgiram?
O envolvimento da comunidade é fundamental para manutenção do projeto
As atividades acontecem em espaços cedidos pela igreja católica local, pela Associação de Moradores e pela escola onde nasceu o projeto. Comerciantes da região também doaram camisas para os participantes do Melhor da Hora. Outra parceria muito importante é a da ONG Afro Lata, que colabora com o instrutor de percussão.
Para a realização das atividades são necessários materiais de apoio, e o projeto não tem recursos financeiros para comprá-los. O lanche, que acontece durante as atividades, vem de doações esporádicas de dois comércios do bairro.
Quando é necessário a compra de baquetas e outros materiais de apoio, como bancos de plástico para apoiar as latas, são realizadas atividades beneficentes com objetos doados para arrecadar fundos e cobrir essas despesas. A proposta do projeto é sempre usar material reciclável e nunca instrumentos comuns. Por isso, as bombonas e as latas de tinta vazias são conseguidas por meio de doações.
Desafio & Vitórias
Desafio: manter o projeto sem os diversos recursos necessários e estender as oficinas aos idosos, pois no bairro não há nenhum tipo de atividade que os contemple.
Vitórias: o aumento constante do público beneficiado; os relatos das mães e responsáveis sobre a mudança nos filhos e filhas após a participação no projeto.
Como apoiar para multiplicar?
“A equipe é formada por quatro pessoas: uma coordenadora, dois auxiliares e um instrutor. Esse último depende de sua disponibilidade de tempo, já que é cedido pela ONG parceira, a Afro Lata. Precisamos de um instrutor próprio que possa se dedicar integralmente ao projeto. Hoje, toda a equipe é voluntária. Precisamos também comprar materiais permanentes, como microfones, caixas de som amplificadas, pedestais para os microfones, bancos e outros”, comentou Andreia para a Coluna da Neuza.
Durante a pandemia, as atividades tiveram que ser diminuídas e o número de beneficiários também está sendo menor em cada oficina, mas continua ativo. O projeto tem atualmente trinta crianças e jovens inscritos.
Um dos objetivos com a captação de recursos é o deslocamento de alunos que vivem em áreas mais distantes para as aulas, além da aquisição de uma sede para ampliar as atividades.
Clique no link e faça sua doação. O projeto agradece!
Contato:ccdetprojetos@gmail.com