Há 63 anos, no dia 21 de março de 1960, na África do Sul, 20 mil negros protestavam contra uma lei que segregava os lugares por onde eles poderiam circular e frequentar. A ONU instituiu esse dia como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Essa proclamação se deu em memória dos 69 mortos durante o Massacre de Shaperville, em Joanesburgo, durante um protesto contra a Lei do Passe.
No Brasil, legalmente, nunca existiu um apartheid, mas onde moram a maioria das pessoas negras e pobres? Nas periferias e favelas.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 tornou a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. Mas estamos longe de atingir um estado de igualdade para todas as raças.
O perfil da população carcerária ainda é negra. Pessoas negras continuam tendo que lutar, todos dias, contra a discriminação, contra a exclusão, o preconceito racial e, como se não bastasse, têm sempre que provar sua capacidade. Crianças, jovens e adultos negros pobres, continuam sendo mortos, apesar dos gritos de “Vidas Negras Importam”.
A discriminação racial perpetua desigualdades e é preciso intensificar os esforços para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. Sendo de extrema necessidade debater o assunto e denunciar os preconceitos.
Esta data é importante para que sejam sempre lembradas as fases perversas do racismo e o motivo de continuar lutando pela sua erradicação.