BNDES lança edital para arquitetos e urbanistas negros no projeto na Pequena África

Pequena África

Os projetos podem ser desde soluções arquitetônicas e estratégias de mobilidade até ações culturais, educativas e narrativas tecnológicas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, no dia 21 de março — Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial —, o edital do Concurso Pequena África, durante evento realizado no Rio de Janeiro.

Participaram do evento as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial), Margareth Menezes (Cultura), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), além da deputada federal Benedita da Silva. Também estiveram presentes o presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues dos Santos, e da Embratur, Marcelo Freixo, entre outras autoridades.

A iniciativa irá selecionar três propostas para a criação de uma identidade visual para um Museu de Território – uma instituição cultural voltada à valorização e preservação do patrimônio de uma região. As propostas devem integrar marcos históricos e percursos significativos por meio de intervenções de arquitetura, urbanismo, paisagismo e mobiliário urbano.

Arquitetura na Pequena África

O edital faz parte do projeto de estruturação do Distrito Cultural Pequena África, coordenado pelo Consórcio Valongo Patrimônio Vivo. Sua finalidade é  reunir propostas de intervenções urbanísticas para a região, elaboradas por equipes lideradas por arquitetos e/ou urbanistas negros.

As propostas de melhoria urbanísticas deverão incluir​ espaços de grande relevância para a identidade cultural afro-brasileira e herança africana, compondo o chamado Distrito Cultural da Pequena África. A ideia é  que funcione como um museu a céu aberto.

A proposta pretende estimular a formação de equipes multidisciplinares, permitindo a participação de profissionais de diversas áreas, como arqueologia, comunicação visual, educação, design e história.

De acordo com o BNDES, o concurso pretende construir um novo repertório de políticas em um contexto internacional, reconhecendo o legado histórico do Cais do Valongo e da Pequena África.

Pequena África: símbolo de resistência

A Coluna da Neuza esteve presente no lançamento e acompanhou de perto os discursos da ministra Anielle Franco e da deputada Benedita da Silva.

“Podermos, hoje, concretizar e dar mais um passo nesse sonho que tivemos lá atrás –  luta que retrata a memória, a força e a resistência do nosso povo – é motivo de muito orgulho”, disse ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco

A deputada Benedita da Silva destacou a importância de preservar a memória dos eventos do passado, especialmente aqueles que marcaram a história do povo negro no Brasil. “Estamos aqui de mãos dadas para o resgate, não apenas histórico, mas também o resgate da moral que nós merecemos ter. Porque fomos nós que viemos nos navios negreiros. Aliás, viemos não: nos escravizaram e nos trouxeram à força. E, sem termos onde morar, subimos para as favelas! Fomos nós!”

“A comunidade negra é majoritária por isso. Na minha opinião, o BNDES está revolucionando quando reconhece a história de um povo pobre, mas um povo digno de receber atenção”, finalizou.

Veja como se inscrever

As inscrições para o edital estarão abertas até as 23h59 do dia 15 de maio e aceitarão propostas individuais ou coletivas, desde que estejam conectadas com a realidade e a cultura local.

Os prêmios serão distribuídos da seguinte forma:

  • Primeiro colocado: R$ 78 mil (setenta e oito mil reais).
  • Segundo colocado: R$ 39 mil (trinta e nove mil reais).
  • Terceiro colocado: R$ 13 mil (treze mil reais).

Para mais informações, acesse aqui.

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