Como iniciativas estão contribuindo para reciclagem no Amapá
Objetivo é contribuir para a preservação por meio do descarte e de reciclagem adequada de resíduos, impactando na limpeza urbana e na vida das moradoras e moradores
Crédito: Movimento Lixo Zero Amapá
Por: Gabriel Murga / Lupa do Bem – Favela em Pauta
O Movimento Lixo Zero tem realizado, desde outubro do ano passado, diversas iniciativas de reciclagem na capital do Amapá, Macapá. As ações utilizam ecopontos, localizados em distintas áreas da cidade, como na região do centro e na Zona Norte, onde funcionam em formato de drive-thru, como na última ação realizada no dia 28 de agosto.
Os materiais destinados ao reuso são: papel, papelão, plástico, materiais de aço e alumínio, materiais de escrita, embalagens tipo longa-vida, além de vidros transparentes e de café solúvel.
Os organizadores da ação recomendam que os materiais destinados à reciclagem sejam sempre entregues já higienizados e separados por categoria, facilitando, dessa forma, a locomoção e o manuseio, e a posterior destinação adequada dos resíduos.
As embalagens de vidro de café solúvel são destinadas ao Banco de Leite Humano do Amapá, parceiro do movimento. O dinheiro arrecadado com a venda das latinhas de alumínio e das panelas é revertido para instituições que cuidam de animais abandonados em Macapá.
Reciclagem: Ações, iniciativas e cooperativa
Segundo o último Anuário Brasileiro de Reciclagem, publicado em 2020, a capital do Amapá possui apenas uma cooperativa mapeada. Estados da região norte, como Amazonas e Pará, lideram este cenário. No entanto, Macapá tem buscado alternativas para lidar com o reuso de resíduos urbanos.
É o caso da Baixada Pará, uma cooperativa localizada na região central de Macapá, formada por empreendimentos comerciais de pequeno porte e centenas de casas localizadas em uma área alagada ocupada há 40 anos.
Neste local, é executado o projeto-piloto de educação ambiental Colorindo o Futuro, elaborado pela Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Amapá, junto aos moradores que orientaram os caminhos possíveis e a possibilidade de desenvolvimento na região. São realizadas ações de reciclagem, saúde, lazer, capacitações profissionais, oficinas de audiovisual e pinturas de casas, através de parcerias.
Um destes caminhos é a reciclagem do resíduo do caroço de açaí, uma matéria-prima em excesso na região, cujo descarte incorreto gera um grave problema ambiental. A partir deste resíduo, é feito artesanalmente a produção do Cobogó, tijolos vazados que tornam as construções menos quentes em função do seu formato.
A proposta aguarda análise técnica e comercial, e até o próximo mês, os cooperados participarão de oficinas de empreendedorismo, gestão financeira, cooperativas, por meio de uma parceria entre o MP-AP, a cooperativa e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no estado.
Ao longo da consultoria fornecida pelo SEBRAE-AP, serão realizadas ações sociais na comunidade, além de visitas técnicas, onde serão definidos os espaços físicos para a cooperativa.
“Como legado, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) está contribuindo com a realização do sonho dos moradores, despertado após as oficinas de reciclagem, que é a criação da Cooperativa, em parceria com o Sebrae/AP”.