O que é a crise climática e quais são seus impactos?

O mundo está cada vez mais quente como consequência da crise climática. O que podemos fazer para melhorar essa situação?

13.11.23

Em fevereiro de 2023, foi registrado no litoral paulista o maior volume de chuva da história do Brasil, provocando a morte de mais de 60 pessoas. Na mesma época, o sudeste africano foi atingido duas vezes pelo ciclone Fred, que deixou mais de 500 mortos e 80 mil desabrigados. Enquanto isso, a Argentina enfrentava a pior seca dos últimos 60 anos no país. E, por incrível que pareça, nada disso é mera coincidência. Estamos de fato vivendo uma crise climática.

Muitas pessoas dizem que essa “bagunça climática” é consequência do aquecimento global. E, de fato, é. Mas é importante entendermos melhor sobre o assunto para saber o que podemos fazer para reduzir os danos.

O que é a crise climática?

É normal acontecerem alterações climáticas no planeta Terra quando são consequências de causas naturais. O que não é normal é a velocidade e intensidade que elas vêm acontecendo. A quebra desse padrão é consequência das atividades humanas. Daí vem o termo crise climática.

A queima intensiva de combustíveis fósseis, liberados por indústrias, veículos e incêndios florestais, intensificam o efeito estufa, responsável por manter a temperatura da Terra aquecida em um nível habitável. Ou seja, o efeito estufa por si só não é maligno, mas sim natural.

Afinal, o acúmulo de gases impossibilita a dissipação do calor para fora da Terra, aumentando a temperatura média do planeta e causando as mudanças climáticas que vivenciamos hoje.

Sinais das mudanças climáticas

Por meio de satélites e outras tecnologias, cientistas são capazes de observar os sinais da crise climática em âmbito global. E, por mais controversas que sejam, estas mudanças são consideradas como factuais pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Algumas das provas concretas do aumento da temperatura mundial são o derretimento das geleiras no Alaska e em Mýrdalsjökull (Islândia) e o encolhimento do Mar de Aral – que era considerado o quarto maior mar lago de água salgada do mundo até os anos 1960. Além disso, desde a Revolução Industrial (1760) a temperatura média do planeta aumentou aproximadamente 0,8ºC.

Consequências da crise climática para os seres vivos

Proliferação de doenças

A variação da temperatura mundial em 0,8ºC pode parecer mínima. No entanto, se essa variação chegar a 2ºC é previsto que entre 90 e 200 milhões de pessoas tenham maiores chances de contrair malária. A má notícia é que, em menos de seis anos, é previsto que a temperatura aumente 1,5ºC. 

Segundo o estudo Contagem Regressiva Sobre Saúde e Mudanças Climáticas, feito pela Revista Lancet em 2019, as principais vítimas do aquecimento global são as crianças, por estarem com seu sistema imunológico em desenvolvimento.

A pesquisa também mostra as consequências da crise climática em determinados países, como o Brasil. Desde 1950, a probabilidade de contaminação de dengue aumentou em 11%.

O aumento constante da poluição de ar é outro fator que pode trazer doenças respiratórias.

Escassez de alimentos e água

Outra mudança negativa que podemos vir a enfrentar no país é relacionada a agricultura. Com a elevação da temperatura, é previsto que a produção de cereais caia em 50%, de milho em 25% e de soja em 10%.

A falta de água também será maior em todo planeta. Entre 600 milhões e 3 milhões de pessoas ficarão sem o bem natural, como consequência do derretimento das geleiras que são a fonte de água doce para a população. Outra consequência é o aumento do nível do mar, que pode causar enchentes.

Além disso, essa escassez também pode levar a conflitos sociais e geopolíticos, como também a necessidade de migração dos povos.

Extinção de fauna e flora

A mudança de clima pode afetar negativamente os ecossistemas da natureza, dificultando a adaptação ou migração de diversas espécies para locais mais propícios. Além disso, temos o aumento da acidez dos oceanos devido a absorção em excesso do dióxido de carbono. 

Ao ficar mais ácida, a água se torna perigosa para a vida marinha. Tanto que é previsto que cerca de 95% dos corais desapareçam. 

Aumento do número de desastres naturais

Como falamos no início do texto, 2023 foi um ano de muitos desastres naturais, e não é mera coincidência. A crise climática pode sim intensificar fenômenos meteorológicos, como vulcões, furacões, enchentes, incêndios florestais e secas.

O que podemos fazer para mudar esse cenário?

Ainda dá tempo de reduzir os danos que causamos até o momento? De acordo com os cientistas, sim. No entanto, é necessário que a gente mude a nossa relação com o mundo o quanto antes.

E visto que “solucionar” a crise climática é um grande desafio, necessitamos trabalhar em grupo e agir em diversas frentes, como você verá nos exemplos abaixo:

  • Redução de gases que intensificam o efeito estufa: para isso é necessário utilizar energias de fontes renováveis, como eólica, hidrelétrica e solar. Além disso, é importante aumentar a eficiência energética dos locais. E claro, reduzir a queima de metano e combustíveis fósseis.
  • Transição para uma economia de baixo carbono: cobrar impostos sobre o uso de CO2, bem como investir e ampliar o uso de tecnologias verdes, como a captura de carbono.
  • Promover a sustentabilidade no transporte: aprimorar e expandir os sistemas de transporte público, investir em ciclovias e em infraestrutura segura para os pedestres e promover o uso de veículos elétricos.
  • Proteger e restaurar ecossistemas: implementar medidas de conservação da fauna e flora, reduzir o desmatamento e restaurar florestas e matas.
  • Educar as pessoas: conscientizar cada vez mais as pessoas sobre a crise climática e mostrar como é possível amenizá-la através de comportamentos que promovam a sustentabilidade, incentivar a participação pública na ação climática.
  • Investir em um planejamento urbano sustentável: praticar ações de agricultura urbana, implementar políticas para reduzir a expansão de prédios e fábricas e aumentar os espaços verdes das cidades.
  • Reduzir os desperdícios e promover a economia circular: reciclar e reutilizar materiais, consumir e produzir com consciência e responsabilidade.
  • Apoiar e educar-se sobre políticas de preservação da natureza: a conferência do clima da ONU (COP) é a maior conferência anual que trata de medidas para melhorar a sustentabilidade no planeta.

A partir da cooperação de indivíduos, empresas, organizações internacionais e governos, seremos capazes de reduzir as consequências da crise climática e promover um futuro mais sustentável e saudável para nós e as futuras gerações.

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Beatriz Abdalla
Redatora e especialista em conteúdo, Beatriz é consultora de SEO na Sherlock Communications e é responsável por elaborar matérias para o Lupa do Bem.
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