Exposição fotográfica revela o cotidiano dos povos indígenas

Com curadoria de Ailton Krenak, a exposição no Centro Cultural Banco do Brasil apresentou ao público 160 fotografias do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura

28.05.24

O fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, durante suas viagens pela Amazônia, sempre acompanhado por seu amigo Ailton Krenak, visitou diversas aldeias indígenas, retornando a algumas delas mais de uma vez.

Ele construiu histórias de amizade, deixando-se penetrar pelo espírito da floresta e levou de volta em seu coração o aprendizado dos anos de caminhada pela Amazônia com Ailton Krenak.

O resultado dessa viagem compôs a exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia, com Ailton Krenak”, que passou por São Paulo e recentemente esteve no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro. 

A curadoria foi feita por Ailton Krenak, com curadoria adjunta de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes. A exposição apresentou 160 fotografias no Brasil do premiado fotógrafo Hiromi Nagakura. 

Na exposição, era possível ver registros das nações indígenas Yanomami, Xavante, Krikati, Gavião da Montanha, Yawanawá, Huni Kuin e Ashaninka.

A mostra contava com imagens do cotidiano, de rituais, da intimidade desses povos e de objetos usados por eles. E para obter esses registros, Nagakura realizou cinco viagens com Krenak pelo território amazônico entre 1993 e 1998

Quem é Ailton Krenak?

Ailton Krenak é uma das figuras mais importantes do Brasil; ele está na linha de frente pela garantia dos direitos dos povos indígenas. Filósofo, escritor, ativista, jornalista, ambientalista e principal líder do movimento indígena,  Krenak é o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL)

Cotidiano através das fotografias

“Acho que é uma exposição super importante para mostrar a realidade dos nossos povos originários, a importância de preservarmos a nossa cultura. Eu já conhecia alguns textos do Ailton Krenak, mas é a primeira vez que eu o vejo fazendo curadoria de uma exposição fotográfica. As cores das fotos estão lindas; dá para ver a felicidade deles. Não há tristeza, há  uma verdade nas fotos”, disse Camila, assistente social que visitou a mostra.

Já Magda Barreto, moradora do Rio de Janeiro há 24 anos, conta que ficou sabendo da exposição através de uma reportagem. “Vim visitar e realmente é tudo que eu estava pensando e um pouco mais. Consegui pegar a sensibilidade do fotógrafo, que usou o seu sentir para captar em imagens a vida, os sentimentos, o dia a dia e as relações daquelas aldeias”.

“Fiquei impressionada como Hiromi Nagakura conseguiu ter uma intimidade profunda:  o amanhecer, o entardecer, o anoitecer, o comer, o dormir, o trabalhar, o pescar, o brincar e o jogar”. 

“Estou saindo muito emocionada da exposição. Acho que é uma exposição muito importante, tomara que dure bastante. Que venham mais  exposições desse tipo, não só sobre os povos originários, mas também sobre várias outras culturas, não apenas do Brasil, mas do nosso planeta como um todo”, concluiu Magda.

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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