Fórum criado na Baixada Fluminense é grito de socorro da população

Com atuação na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, o projeto é referência na luta por justiça social, igualdade de oportunidades, e por uma sociedade mais justa

16.05.23

O FGB, como é conhecido o Fórum Grita Baixada, é um coletivo de ativistas e representantes de organizações sociais de direitos humanos, dedicado às mais graves questões vivenciadas na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, em especial, a histórica e persistente violência letal. 

Surgiu em novembro de 2012, numa plenária popular com o, então, secretário estadual de segurança pública, Mariano Beltrame. Já havia um alerta da população para a relação entre o aumento da violência e o crescimento das chacinas na Baixada com a política de implementação das UPPs, na cidade do Rio, mas o Poder Público carioca negava essa relação. Então foram promovidos vários recursos e estratégias para ‘gritar mais alto’, levar essa denúncia e dizer em alto e bom som que a Baixada não iria se calar. E assim surgiu o Fórum Grita Baixada.

A diversa atuação do FGB

O Fórum acontece no CENFOR – Centro de Formação de Líderes, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e busca agregar, juntar e partilhar experiências de luta pelo local. O FGB se dedica também a outras problemáticas sociais além da violência letal, como a ausência de saneamento básico em diversas localidades da Baixada, a precariedade dos transportes públicos, a limitada mobilidade urbana, o descaso dos governantes com a educação pública, entre outros. Nos últimos anos, por exemplo, a violência de Estado, o racismo e o apoio a mães e familiares de vítimas de violência têm marcado profundamente a trajetória do Fórum. Mas ainda assim, o FGB é tão diverso em sua atuação quanto mais diversa é sua composição; e também não se limita a um só espaço, atuando também em escolas, sindicatos, igrejas, associações de moradores, ruas e praças. 

Deste modo, não são oferecidos serviços, mas sim, é construído um trabalho em conjunto com o público, realizando reuniões onde acontecem diálogos preliminares, definição de objetivos, estratégias e resultados para serem alcançados. 

O público alvo do Fórum, portanto, é o povo da Baixada Fluminense e, dependendo do projeto que esteja sendo executado, os perfis são diferenciados. Mas o grupo com o qual há mais interação e parceria é o de mães e familiares de vítimas de violência protagonizada pelo Estado na Baixada Fluminense; em menor intensidade essa interação e parceria se estendem aos jovens, estudantes de instituições de Ensino Públicos e com algumas instituições sociais da localidade.

Por dentro do Fórum

Adriano de Araujo, 53 anos, que foi secretário adjunto da Secretaria Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência em Nova Iguaçu, em 2019, é Cientista Social, Mestre em Sociologia, e um dos coordenadores executivos do Fórum Grita Baixada, desde 2017. Segundo ele, o propósito do FGB é ser um espaço aglutinador de luta e resistência, mas também de afeto e solidariedade na Baixada Fluminense, em especial diante das inúmeras injustiças vivenciadas pela população. “De um modo mais específico, podemos dizer que nosso propósito é o de encontrar meios e caminhos para o enfrentamento da violência que dizima jovens pretos e pobres, que adoece mães e destrói famílias pela extensão da violência do Estado”, explica ele.  

Desafios X Conquistas 

“Nossos desafios basicamente são os mesmos de todas e todos que se dedicam à justiça e à luta pelos Direitos Humanos no Brasil. A própria violência já compõe um grande desafio, pois dificulta a mobilização e, por fim, a sustentabilidade dos projetos sociais é, em última instância, um desafio sempre posto”, explica o secretário adjunto. 

Ele ainda comenta que o principal valor da iniciativa é a teimosia diante de um cenário tão desafiante e que a fé, a força do coletivo e a vontade de caminhar juntos é o que sustenta o trabalho do Fórum. 

“As conquistas são várias nesses 10 anos de caminhada como, realização de caminhadas pela paz em diversos bairros da Baixada; a atividade intitulada “Tocha da Vergonha”, que denunciou para o mundo a farsa do legado social da Olimpíada do Rio deixado na Baixada Fluminense; o lançamento e as inúmeras rodas de conversa no Brasil e no exterior sobre racismo e violência na Baixada, várias audiências públicas denunciando o descaso com a vida na Baixada e propondo alternativas viáveis de ações de enfrentamento a violência e diversas outras atividades”, termina ele.

Como apoiar o projeto:

Para informações mais detalhadas, acesse os seguintes canais: Youtube, Instagram e o site da instituição.

Contatos

Telefone: (21) 2767 0472 – Ramal 207

E-mail Geral: fgbaixada@gmail.com

E-mail Coordenação: adrianodearaujo@gmail.com

E-mail Assessoria de Comunicação: fabioleon.fgb@gmail.com

 

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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