Websérie relata histórias de resistência e superação de pessoas LGBTs na terceira idade

No mês do orgulho LGBTQIA+, conheça a websérie que retrata as experiências de pessoas idosas LGBT, apresentando relatos de resiliência deste grupo que frequentemente enfrenta discriminação na sociedade

18.06.24

De acordo com um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos LGBTs da América Latina, o Brasil teve 257 mortes violentas de pessoas desse grupo no ano de 2023, uma a mais do que o registrado em 2022. Este número mantém o país como o mais homotransfóbico em todo o mundo

O GGB, fundado no Brasil em 1980, foi registrado em 1983 por mandado judicial e declarado de utilidade pública municipal em 1987, afirma ainda que dos 257 assassinatos, 127 eram pessoas trans, travestis e transgêneros; 118 homens gays, nove lésbicas e três bissexuais.

Já de acordo com o Dossiê Mortes e Violência contra LGBTI+ no Brasil, os jovens dessa comunidade estão entre as principais vítimas. 

Muitos têm suas vidas ceifadas antes de completar 30 anos, por conta dessa discriminação. O canal CNN afirma que o Brasil é o país que mais mata quem apenas quer ter o direito de ser quem é. 

Luta contra a LGBTfobia

Você sabia que, desde 2019, a LGBTfobia é crime no Brasil, com punição de um a três anos de prisão? Esse crime é inafiançável e não prescreve, representando uma vitória dos direitos de quem só quer viver como quiser e amar quem quiser. A boa notícia é que a lei tem saído do papel e sido efetivada pelo Judiciário, apesar de nem sempre ser aplicada.

No dia 17 de maio, foi celebrado o Dia Internacional Contra a LGBTfobia, e é mais do que urgente refletir sobre essa violência brutal, que atinge tanta gente todos os anos e faz com que todos nós, independente da bandeira carregada, possa defender a vida e pregar o respeito por todos. 

Um respeito que é direito de todos e que começa com cada um de nós para que possamos celebrar mais vidas e chorar menos por elas. 

LGBT+60: Corpos que resistem

Mas nem tudo é choro e, para comemorar essa data tão importante, a Coluna da Neuza indica a premiada websérie LGBT+60: Corpos que Resistem, com relatos de superação, resistência, amor e orgulho. 

A série já está na sua terceira temporada, que estreou dia 17 de maio, com cinco episódios que abordam a trajetória de vida de cinco brasileiros LGBT+ que vivem a terceira idade em sua plenitude e felizes.

São depoimentos inspiradores que revelam a trajetória de luta e celebrações de brasileiros idosos pertencentes a esse grupo.

Os episódios, dirigidos e roteirizados por Yuri Fernandes, vão contar as nuances e conquistas por trás da vida da ativista Denise Taynáh Leite, de 74 anos; do jornalista Márcio Guerra, 63; da influenciadora Ana Carolina Apocalypse, de 65; da drag queen Luiza Gasparelly, de 60, e do aposentado Franco, de 67. A produção executiva é de Giulia da Graça, da produtora Vintepoucos.

A equipe da websérie é composta majoritariamente por pessoas LGBT+, incluindo pessoas trans, como o codiretor Gab Meinberg.

Os episódios já estão disponíveis no canal Futura, no canal Colabora no YouTube, e em outras plataformas.

Não deixe de assistir a essa série, que lança um novo olhar sobre uma parcela da população tão invisibilizada e desrespeitada por muitos!

Para assistir aos episódios, clique aqui.

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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