Lupa do Bem participa da Conferência Ethos, em São Paulo
A Conferência Ethos promove o diálogo aberto entre líderes corporativos, especialistas acadêmicos, representantes do governo e organizações da sociedade civil
Por Rebeca Souza
A Conferência Ethos promove o diálogo aberto entre líderes corporativos, especialistas acadêmicos, representantes do governo e organizações da sociedade civil, que possuem um objetivo comum: implementar estratégias eficazes de Responsabilidade Social, envolvendo os profissionais nas mais variadas discussões que o tema abrange, como desenvolvimento sustentável, diversidade e inclusão.
O Investimento Social Privado foi uma das pautas, onde representantes de grandes instituições abordaram a importância de direcionar parte dos recursos financeiros para projetos sociais realizados tanto internamente, por meio de Institutos e Fundações próprias, quanto dividindo esses recursos com as organizações do Terceiro Setor que impactam diretamente milhares de comunidades ao redor do país.
O avanço das ações voltadas para a Responsabilidade Social nas empresas ficou bem claro, porém, há muito ainda a ser feito. Segundo dados do Censo 2022-2023 da GIFE, (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), o investimento privado por empresas em projetos de interesse público do Terceiro Setor, foi de 4,8 bilhões de reais em 2022. O Censo também traz que 64% do dinheiro investido é destinado ao social através do repasse para organizações da sociedade civil; 26% é destinado à pesquisa; 20% vai para movimentos sociais, coletivos e redes; e 18% para fundos filantrópicos, independentes e comunitários.
O Secretário Geral do Grupo, Cássio França, traz em uma de suas falas, que as empresas possuem ainda mais recursos financeiros para investir, mas que há um grande desafio: as empresas não sabem como direcionar os recursos para enfrentar a desigualdade social.
Ainda de acordo com o Censo do GIFE, a área de mais investimento é a Educação, seguida pelo Empreendedorismo e Geração de Renda, Saúde, Combate à Pobreza e Sustentabilidade. É imprescindível mencionar o papel das OSCS, para trazer visibilidade às mais distintas e relevantes causas que estão transformando realidades em todo o país, mas que só conseguem realizar esse trabalho a partir do investimento privado.
A importância de utilizar as OSCs como rede de apoio para a construção de relacionamentos com comunidades ao entorno das operações das empresas também foi ressaltado, principalmente aquelas que apresentam grandes impactos ambientais, como indústria e energia e mineração. O envolvimento dos colaboradores por meio do voluntariado corporativo também foi pauta e demonstrou um aumento significativo nos últimos anos, o que representa oportunidades interessantes para as OSCs que desejam atuar com parceiros para além da doação ou patrocínio.
A Conferência contou com grandes apoiadores para sua realização e apresentou preocupações relevantes com questões de acessibilidade e sustentabilidade. Rampas foram colocadas para deficientes físicos e auto descrições foram feitas por parte dos palestrantes. Também foram disponibilizadas latas de água em alumínio e lixeiras com separação para materiais recicláveis, além de alguns stands que contavam com 0 emissão de carbono.
O evento objetiva justamente, a promoção de conhecimentos, troca de experiências e aprendizados, além do incentivo a mudança de pensamento e de tomada de medidas eficientes de sustentabilidade. O impacto das empresas em termos ambientais e sociais é grande no país e diz respeito a diversas áreas, como o avanço de desmatamento, exploração de recursos indevida, emissão de gases, contaminação de águas, trabalho escravo e a própria desigualdade social. Por tal motivo, há muito o que se fazer e o evento atuou em conjunto com o poder público e as forças das organizações sociais do país para trazer ideias e estratégias que permitam atuar nesse cenário, a partir de organizações mais conscientes, engajadas e comprometida com a melhoria dos impactos socioambientais de suas operações. Somente com iniciativas em grupo, será possível gerar mudanças positivas na sociedade, promovendo assim as causas sociais, trabalhadas por ONGs, para dentro de empresas e instituições privadas, para que caminhem sempre juntas.