Maior parte dos projetos de impacto social no Brasil sofre com escassez de recursos

Iniciativas proporcionam melhorias na qualidade de vida das populações, porém encontram dificuldades para sua manutenção.

21.06.23

Todo projeto que visa solucionar um problema da sociedade e que não gera lucro é considerado um projeto de impacto social positivo. Esses projetos compõem o chamado terceiro setor e podem ser criados por indivíduos, grupos de pessoas, governos, empresas, universidades, organizações religiosas ou por qualquer outro tipo de instituição.

Os projetos de impacto social são importantes para a sociedade e também para a economia porque mobilizam recursos humanos e materiais, atendendo a diversas demandas sociais que muitas vezes o governo e as empresas não são capazes de suprir. Além disso, os projetos podem gerar emprego e renda para aqueles que atuam nessas organizações. 

A maior parte das instituições do terceiro setor, porém, enfrenta desafios para manter as atividades, comprometendo sua continuidade. Entre as maiores dificuldades para garantir a sustentabilidade econômica estão a falta de um setor responsável pela captação de recursos materiais e financeiros e a ausência de fontes financiadoras. 

Pensando nisso, o Lupa do Bem, em parceria com a Pitanga.mob, lançou o Guia de Mobilização de Recursos. O guia traz um passo a passo sobre as diversas possibilidades para acessar recursos e mostra, de maneira descomplicada, as principais estratégias para garantir um relacionamento de longo prazo de sucesso com os financiadores.

Mobilização de Recursos

Segundo Fabiana Rosa, coordenadora do Lupa do Bem, o Guia de Mobilização de Recursos foi feito para mostrar às pessoas que estão envolvidas em projetos de impacto social que elas não precisam ter medo de buscar financiamento para suas atividades. “A captação de recursos não deve ser vista como um grande desafio, é possível começar nessa área apenas dando os primeiros passos”, afirma.

Para isso, o guia utiliza uma linguagem simplificada, de forma que qualquer pessoa possa acessar, desde aquela que nunca ouviu falar no assunto até a que já tem algum conhecimento a respeito. “Quando se fala em financiamento, arrecadação de fundos, editais, muitas vezes existe uma linguagem complexa por trás e isso afasta as pessoas, ainda mais quando elas não conhecem o assunto”, explica Fabiana. 

O guia também inova ao compartilhar as principais informações em um único documento. “Em geral, os livros sobre captação de recursos focam em um assunto específico, por isso nós buscamos trazer tudo que uma pessoa precisa saber para captar recursos em um único documento”, ressalta. 

Guia Lupa do Bem de Mobilização de Recursos. Reprodução.

As várias formas de gerar impacto social

Nem todo projeto de impacto social está formalizado por um registro, por meio de um CNPJ, por exemplo. Há projetos de coletivos feitos de forma autônoma e voluntária, às vezes até mesmo com recursos financeiros próprios. E há as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs. 

Segundo o último levantamento do IPEA (2020), há cerca de 816 mil organizações da sociedade civil em atividade no Brasil. A maioria dessas organizações está concentrada na região Sudeste. As iniciativas são sobretudo na área de desenvolvimento e defesa de direitos (36%), seguida por ações de caráter religioso (29%) e de cultura e recreação (11%).  

Independente da situação cadastral de cada projeto, formalizado ou não, é possível captar recursos. O trabalho de uma associação de famílias indígenas  que recupera áreas degradadas no seu entorno pode ser considerado um projeto de impacto social do mesmo modo que a atuação de um coletivo de mulheres com deficiência que luta por direitos, ou ainda a iniciativa de uma Organização Não Governamental com abrangência nacional que ensina programação de forma gratuita para inserção no mercado

Os projetos de impacto social, portanto, são diversos e podem acessar variadas formas para mobilizar recursos. O guia mostra assim que não existe certo ou errado na hora de buscar financiamento, mas as fontes e as estratégias mais adequadas para começar a investir no crescimento do programa de captação.  

Pimp My Carroça: projeto teve sua história contada no Lupa do Bem. Reprodução.

Por trás de cada projeto há uma linda história de motivação

Em geral, os projetos de impacto social surgem do desejo de mudar uma realidade. Por isso, o guia tem uma sessão especial sobre a importância da comunicação para a mobilização de recursos. “Uma boa história sobre o projeto ajuda a criar o contexto para a captação de recursos, gerando uma conexão mais profunda com o doador”, explica Fabiana. 

As histórias por trás de cada projeto, dessa forma, são fundamentais para despertar e manter o interesse de financiadores pelos projetos. “Uma boa história é uma ferramenta importante para fazer uma pessoa a doar de uma forma que nenhuma outra consegue”, ensina o guia.

Para que os projetos tenham sucesso na captação de recursos, o guia indica diversas ferramentas que ajudam a comunicar uma história com eficiência. Desde os principais pontos para elaborar um roteiro e escrever algo emocionante até indicação de filmes e livros com histórias de motivação. 

A comunicação é fator crítico de sucesso. Quando conseguimos contar a nossa história para a pessoa certa, no momento certo, de forma que faça sentido para ela e ela entenda a urgência e a importância, ela vai doar”, mostra o guia.

projetos de impacto social
Guia Lupa do Bem de Mobilização de Recursos. Reprodução.

Lupa do Bem divulga boas histórias 

O Lupa do Bem é um projeto de responsabilidade social da agência Sherlock Communications e funciona como um portal de notícias de impacto social, desde 2021. O objetivo é divulgar pequenos e médios projetos de forma que ganhem visibilidade por meio do site e das redes sociais. 

Quem acompanha o Lupa do Bem sabe que cada projeto divulgado no canal tem uma boa história para contar. Por aqui, temos um respeito profundo por nossos entrevistados e sempre contamos o que motivou cada iniciativa por meio de histórias emocionantes. 

Do morador que criou um projeto de urbanização na periferia com telhados verdes, passando pelo psicanalista que montou um espaço de formação terapêutica popular até a jovem ativista que foi convidada para participar de um fórum promovido pela ONU, há sempre uma memória especial sobre a trajetória de cada projeto.

O Guia de Mobilização de Recursos surgiu justamente para ajudar a fortalecer essas iniciativas: “conforme nós fomos fazendo esse trabalho com as organizações, conhecendo mais de perto essas histórias, percebemos que muitas organizações não sabiam como captar recursos, como encontrar os doadores certos, muitas não tinham conhecimento sobre as diferentes fontes que existem hoje para captar recursos”, explica Fabiana.

A expectativa é que o Lupa do Bem, junto com o Guia de Mobilização de Recursos, também possa promover impacto social positivo. “Desde o início da atuação da Sherlock Communications, nós contribuímos com projetos sociais, promovendo algumas organizações com nosso conhecimento de relações públicas e marketing digital. O Lupa do Bem foi criado para potencializar essa contribuição, para que outras empresas e pessoas possam conhecer os projetos e quem sabe apoiá-los, da mesma maneira como nós temos feito desde o início aqui na Sherlock”, finaliza Fabiana. 

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Baixe o Guia de Mobilização de Recursos aqui

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Maira Carvalho
Jornalista e Antropóloga, Maíra é responsável pela reportagem e por escrever as matérias do Lupa do Bem.
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