Ojuobá Axé, 37 anos resistindo na periferia do RJ
Organização próxima às favelas na região central do importante município da Baixada Fluminense acumula décadas de resistência e serviço à população
Crédito: Divulgação
Por: Carlos Henrique Souza – Lupa do Bem / Favela em Pauta
O Ojuobá Axé é uma instituição fundada no bairro do Centenário, em Duque de Caxias – RJ, em 1985 por Evanderlina Guimarães, mais conhecida como Luana. Vinda da cidade de Salvador-BA, ela é a mais velha de 12 irmãos. Luana confidencia que aprendeu desde cedo a lutar contra o racismo na intenção de proteger os irmãos mais novos. Ela é também uma das fundadoras do primeiro bloco afro brasileiro, o Ilê Aiye – que, em plena ditadura militar, ocupou as ruas para denunciar o racismo no Brasil.
A sede encontra-se no bairro Centenário, próximo às comunidades que formam o Complexo da Mangueirinha. O Ojuobá se tornou uma segunda casa para muitas crianças e adolescentes, o espaço oferece muitas atividades, como: reforço escolar, aulas de teatro, dança, futsal, basquete e esportes, além de assistência social e acompanhamento pedagógico. Durante os momentos mais críticos da pandemia, o Ojuobá distribuiu cestas básicas e botijões de gás para as famílias dos alunos e da comunidade no entorno.
Conhecido também pela escola de percussão, o Ojuobá Axé é hoje um bloco afro de referência no Rio de Janeiro, tendo realizado apresentações para personalidades como Nelson Mandela, Maria Bethânia entre outros. Foi por meio da percussão que muitos jovens saíram das ruas e se encontraram na música.
“Conheci o Ojuobá quando era criança, toda vez que eu passava em frente escutava a banda ensaiando, um dia eu entrei e não saí mais. Aqui se tornou minha casa e é daqui que eu tiro meu salário” Danilo, mestre da banda e ex-aluno da instituição.
Contribuição social e histórica
Durante toda a sua jornada o Ojuobá teve muitas conquistas: uma das suas mais notáveis é a estátua do Zumbi dos Palmares, bem no centro de Duque de Caxias. Em entrevista Luana fala sobre a importância da Homenagem.
“Na época da escravidão, muitos negros foram vendidos aonde hoje se encontra a praça do Raul Cortez, acho importante um símbolo de um verdadeiro herói para representar nosso povo”, Evanderlina Guimarães, a Luana do Ojuobá Axé.
Saiba como acompanhar e apoiar o Ojuobá Axé!
A sede da Instituição fica na Rua CEL. Alberto de Melo, 391- Vila Centenário, Duque de Caxias- Rj, para conhecer e participar dos projetos, também é possível ver mais através das redes sociais, como o perfil do Ojuobá Áxé no Instagram. É possível ainda contribuir financeiramente por pix ou transferências bancárias, basta mandar uma mensagem no perfil para informações adicionais, ou através dos contatos: +55 21 973064809 e +55 21 27833249, falar com Luana do Ojuobá Axé.