Projeto oferece bolsas para pesquisadores negros e indígenas impulsionarem transição energética no Nordeste

Estão abertas as inscrições para a terceira edição do Projeto Mukengi, que oferecerá uma bolsa mensal de R$700,00 e liberação de R$10 mil para serem aplicados em propostas de pesquisa na área de transição energética, a serem desenvolvidas em equipe

17.09.24

O Edital Energia Nordestina: Empoderamento e Sustentabilidade através da Capacitação de Pesquisadores Negros e Indígenas,  ajudará na preparação de uma nova geração de pesquisadores negros e indígenas para desenvolverem soluções baseadas em ciência e tecnologia que atendam às necessidades de suas comunidades. 

O Projeto Mukengi (lê-se: muquêngui), uma iniciativa do Instituto Mancala com apoio do Serrapilheira, está com inscrições abertas para sua terceira edição, desta vez com foco no tema economia verde. Serão selecionadas 20 pessoas com mestrado ou doutorado em andamento ou já concluído nas áreas de ciências exatas, biológicas ou da saúde. 

O edital busca promover uma capacitação que combina rigor científico com responsabilidade social e ambiental. Além do critério acadêmico, as vagas são exclusivas para candidatos autodeclarados negros ou indígenas.

A instituição considera o tema desta edição especialmente urgente. A transição para uma economia de baixo carbono no Nordeste, região rica em recursos naturais e com potencial para energias renováveis, enfrenta desafios devido à falta de oportunidades para a formação de profissionais especializados que possam liderar essa transformação.

Segundo os organizadores, o desafio é ainda mais evidente entre as comunidades negras, quilombolas, indígenas e periféricas, que enfrentam dificuldades tanto no acesso aos benefícios da energia limpa quanto na participação ativa nas discussões sobre desenvolvimento sustentável.

O nome da iniciativa, Mukengi, é uma referência à palavra ‘pesquisador’ em kimbundu, uma língua africana de Angola.

Fases do projeto

O projeto vai acontecer em duas fases, na primeira, de 1º de outubro a 12 de novembro, pesquisadores participarão de encontros online com especialistas em sustentabilidade, abordando temas como energias renováveis e a relação entre questões socioambientais e raciais. Ao todo, serão 12 encontros, com duração de 1h30 cada.

Já a segunda fase será híbrida, com atividades de pesquisa que serão desenvolvidas diretamente nas comunidades negras, quilombolas, indígenas e periféricas. Neste momento, os pesquisadores irão desenvolver um projeto em equipe a partir do conhecimento adquirido na primeira etapa. 

Distribuição do dinheiro 

Os participantes selecionados receberão uma bolsa mensal de R$700,00 durante um período de dois meses. O edital também disponibilizará R$10 mil para serem aplicados em uma proposta de pesquisa na área de transição energética, a ser desenvolvida em equipe. O projeto será escolhido pelos curadores do programa de capacitação após os encontros da fase inicial. 

As inscrições são gratuitas e vão até 20 de setembro de 2024.

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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