Projeto Cosmos leva astronomia e astronáutica gratuitamente às escolas de Manaus (AM)

Crédito: divulgação

Por: Eduarda Nunes – Lupa do Bem / Favela em Pauta

Há sete anos o Projeto Cosmos surgiu em Manaus, primeiro como um curso preparatório para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), e depois se transformou num projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), para democratizar o acesso aos estudos da astronomia e astronáutica.

Lá, desde 2015, estudantes da UFAM minimizam a distância entre crianças e adolescentes que ainda estão na escola das ciências que tentam entender o universo. 

“O principal objetivo é trazer a astronomia, a astronáutica e um pouquinho de cada ciência da natureza (física, química e matemática) para dentro das escolas de Manaus”, conta Beatriz Ramos, coordenadora do projeto desde 2021. 

Sob a gestão de Beatriz, cerca de mil estudantes de ensino fundamental e médio da cidade já realizaram, gratuitamente, alguma das atividades que compõem o projeto. Hoje, além das aulas para as Olimpíadas, são oferecidas oficinas, palestras e experimentos sobre os temas que envolvem a iniciativa.

A concepção da ideia do “Cosmos”

A ideia nasceu da observação de Carlla Vicna sobre a deficiência no ensino da astronomia na escola em que estudou. Era 2015 quando ela juntou alguns amigos para criar um preparatório para estudarem juntos para a OBA. Quando entrou na universidade, ela levou o Cosmos e o projeto foi tomando novos rumos, expandindo em atuação e em equipe.

Hoje Carlla é formada em engenharia da computação e, desde 2017, a iniciativa se tornou um projeto de extensão da UFAM, por realizar essa interação entre a universidade e a sociedade civil. 

Com a pandemia da covid-19, as ações se limitaram ao modelo remoto e a previsão de retorno às atividades presenciais é para 2023. E, desde então, o contato e agendamento das atividades oferecidas são feitos através de um formulário online que o projeto disponibiliza no próprio perfil do Instagram. 

Periodicamente, as vagas para as turmas de pré-vestibular para a OBA e também para a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) são disponibilizadas pelo mesmo canal. As aulas acontecem aos sábados na Universidade Federal do Amazonas.

Dos resultados à continuidade do projeto

Além das medalhas de bronze, prata e ouro que os alunos do projeto já conquistaram, o interesse e a aproximação pelas ciências da natureza por parte dos estudantes é um outro medidor de sucesso que a equipe utiliza na autoavaliação.

“Muita gente acha que pra ser cientista precisa ser um gênio, mas não precisa, só precisa ir estudando devagarzinho e é isso o que a gente tenta passar para os alunos”, comenta Beatriz. 

Ela conta ainda que as crianças mais novas são as que mais demonstram empolgação com os assuntos. “eles falam ‘ah, mas eu preciso ser muito inteligente pra fazer isso’”.

A coordenadora do Cosmos relata que o maior desafio que o grupo tem enfrentado é a falta de estrutura que as escolas podem oferecer para a realização das atividades. Beatriz ressalta que essa é uma percepção particular sobre esse ser um dos motivos pelos quais menos escolas públicas procuram o projeto em relação às escolas particulares.

Mesmo assim, o projeto segue se renovando em todas as frentes. Atualmente, são cerca de 20 estudantes da Universidade responsáveis pela gestão, tocando o projeto. E hoje, a prioridade é a realização das atividades ou a expansão da atuação do grupo. 

Através das iniciativas, o Cosmos recebeu o prêmio Laureate Brasil Jovem Empreendedor pela atuação nas escolas de Manaus em 2017.

Para quem quiser contribuir com a iniciativa, basta entrar em contato através do perfil no instagram para realizar a doação de materiais úteis para o projeto. 

*Por tratar-se de um projeto de extensão de uma universidade, é proibido o recebimento de recursos financeiros de forma direta.