Projeto de capoeira ensina autodefesa para crianças

Um Passo a Mais Capoeira, um projeto com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos atendidos, enquanto ensina autodefesa através da capoeira, em três municípios da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro

19.03.24

Você sabe o que é capoeira? Segundo o portal Brasil Escola, é uma manifestação cultural afro-brasileira que envolve elementos de dança, arte marcial, música, jogo e religiosidade. 

O surgimento da expressão foi protagonizado pelos negros escravizados como forma de resistência à opressão dos senhores e de preservação de suas identidades culturais. A roda, os instrumentos musicais, o canto e os movimentos corporais compõem a performance em capoeira.

É através dessa prática que Vando Vieira, contra mestre de capoeira e fundador do Projeto Um Passo a Mais Capoeira, consegue melhorar a qualidade de vida e ensinar disciplina a seus alunos.

Em entrevista à Coluna da Neuza, ele disse que a iniciativa foi criada com a intenção de ocupar a mente e o tempo das crianças e jovens moradoras dos territórios atendidos, para que fiquem não fiquem soltos pelas ruas da comunidade aprendendo coisas que não acrescentarão nada em suas vidas. Além disso, também busca dar uma direção mais positiva e mais benéfica para todos.

O projeto, que atende a crianças, adolescentes e adultos, ensina capoeira e outras atividades como jiu-jitsu, artesanato e em breve pretende incluir aula de zumba. No total, são mais ou menos 250 participantes. Cada faixa etária tem seu dia próprio de aula.

O projeto está presente em três municípios da Baixada Fluminense: Magé, Duque de Caxias e Belford Roxo. Em todos os locais eles têm as mesmas finalidades: formar cidadãos de bem. A intenção é orientar, educar e ensinar um caminho positivo para cada criança ou jovem que participa do projeto Um Passo a Mais Capoeira.

Coluna da Neuza: O que te levou a criar esse projeto?

Vando Vieira: Foi a minha história de vida. Sou filho de um ex-assaltante já falecido e fui observando o que aconteceu com o meu pai. Então, decidi seguir um caminho diferente; coloquei na minha mente que sempre iria tentar ajudar o próximo para que ele ou ela não se envolvesse com práticas ruins. A forma que encontrei foi através do esporte. Por isso, o carro-chefe desse trabalho é a capoeira, apesar de termos outras atividades.  

Aqui nós usamos a Capoeira não só como esporte ou como luta, mas também como uma ferramenta de transformação. O tempo que essas crianças ficam aqui dentro diminui a possibilidade de ela estar lá fora aprendendo o que não deve.

Autodefesa para crianças

Hosana, avó e mãe dos pequenos alunos Mosquitinho e Abelhinha (Enzo e Alice, respectivamente), fala sobre o projeto.

“Para mim, o projeto representa interatividade, sendo uma forma de manter nossas crianças no caminho do bem. Além disso, ainda aprendem a se autodefender, pois aqui ninguém está aprendendo capoeira para arrumar brigas na rua ou agredir alguém. Acima de tudo, é para aprenderem a ter disciplina, algo que levarão para toda a vida”

Impactos

“Somando todos os polos de aulas, são 250 crianças, jovens e adultos atendidos hoje. É bem verdade que a gente não consegue reuni-las todas ao mesmo tempo e no mesmo espaço, sempre falta alguém, mas no final do ano, no encontro anual, em geral conseguimos reunir 70%, e então, é uma festa”, diz Vando Vieira.

As aulas de jiu-jitsu acontecem às quartas e sextas. Já as de capoeira ocorrem às segundas, quartas e sábados, sempre às 17 horas. A idade mínima para começar na capoeira, é a partir dos cinco anos.

Segundo Vando, as necessidades do projeto são diversas, porém as mais urgentes são:

  • Adquirir e colocar 150 metros de cerâmica no chão da sede, o que vai possibilitar realizar mais atividades como dança e balé; 
  • Uma caixa d’água de dois mil litros para o banheiro;
  • Seis ventiladores de parede, materiais esportivos para dar continuidade ao nosso trabalho com mais eficiência e dignidade;
  • Doações em dinheiro para despesas básicas como luz, material de limpeza, e lanche para os alunos;
  • Materiais esportivos.

Para terminar, Vando diz ser apaixonado pelo que faz e, apesar de não ter as condições necessárias, ama fazer o bem e entende que com pouco, quando é bem-feito e de coração, ajuda mais do que quem quer fazer muito.  

E sempre vai repetir: não precisa de muito para ajudar o próximo, basta querer. A doação de qualquer quantia, um like nessa matéria, um compartilhamento ou uma divulgação, tudo vale. “Pensamentos positivos em nossa direção, também”.

“Se você quer ajudar alguém, não precisa ter muito ou ser rico, basta querer,” termina ele.

Você gostaria de fortalecer essa iniciativa de alguma forma? Entre em contato com o Vando através do número (21) 981591772, também WhatsApp.

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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