Agroecologia é incetivada nas comunidades recifenses

O Sistema Agroflorestal Experimental (SAFe/UFPE), coletivo formado por estudantes da Universidade Federal de Pernambuco, construiu a Rede Pela Transição Agroecológica 

18.05.22

Crédito: Divulgação

Por: Eduarda Nunes – Lupa do Bem / Favela em Pauta

Baseado na cooperação de diversos fatores e personagens que o meio ambiente produz e faz a manutenção da vida. Foi neste princípio da natureza que o Sistema Agroflorestal Experimental (SAFe/UFPE), coletivo formado por estudantes da Universidade Federal de Pernambuco, construiu a Rede Pela Transição Agroecológica

Desde 2018, o grupo experimenta e estimula meios de inserir a agroecologia no cotidiano das pessoas que vivem em cenários urbanos.

Rede pela Transição Agroecológica

As primeiras ações do SAFE aconteceram a partir de parcerias com escolas públicas do entorno e de bairros próximos a Cidade Universitária na criação de jardins pedagógicos. Além deles, o grupo também deu o suporte necessário para que o Coletivo Massape, de arquitetura, urbanismo e ativismo social, começasse a desenvolver uma agrofloresta na comunidade de Santa Luzia, na zona norte do Recife. 

A construção de viveiros geodésicos, composteiras, sistemas de irrigação agroecológica e revitalização de canteiros são algumas das atividades realizadas.

Com o início da pandemia, as atividades precisaram ser pausadas. Em parceria com alguns coletivos, como o Kapiwara, o Salve Maracaípe, a Comunidade que Sustenta a Agricultura de Paudalho e amigos próximos, foi criada a Rede Pela Transição Agroecológica. 

Os grupos se conheceram através da criação da hashtag de mesmo nome e, enquanto rede, se inscreveram em um edital do Fundo Casa de convocação para a construção e fortalecimento da agroecologia nas cidades.

Rede pela Transição Agroecológica

Cartilha sobre a soberania alimentar em tempos pandêmicos

A partir do projeto “Mulheres e soberania alimentar em tempos da Covid-19”, a primeira comunidade contemplada com kits agroecológicos, ações de formação, diagnóstico local e sistematização de conhecimentos sobre agroecologia foi Passarinho, na zona norte do Recife, através da parceria com o Espaço Mulher.  

Ao final, a cartilha “Somos todas passarinhas – agroecologia e saúde nas cidades” foi construída enquanto resultado da vivência.

O sucesso da ação foi observado a partir da demanda gerada após a conclusão: outros grupos e comunidades também quiseram passar pelas ações e formações que as mulheres de Passarinho tiveram. 

A partir de um financiamento coletivo, a Rede Pela Transição Agroecológica criou o projeto Comunidades Agroecológicas nas Cidades, que atuou com base nas ações com o Espaço Mulher.

A primeira experiência serviu como um piloto para que, a posteriori, nove comunidades pudessem receber ações, formações e kits para desenvolver a agroecologia em seus locais de residência.  

Uma delas é Dona Fátima, também moradora de Passarinho, mas que faz parte do centro comunitário do bairro. Hoje ela é uma das grandes parceiras da rede e também atua e mobiliza os mutirões que a Rede Pela Transição organiza. Além disso, dona Fátima também fornece mudas para as atividades em coletivo.

Rede pela Transição Agroecológica

A paixão pela Agroecologia virou fonte de renda

Ela conta que conheceu a agroecologia através do projeto e se apaixonou: “aprendi a fazer compostagem e hoje tiro meu próprio sustento com minhas mudas de ervas medicinais, hortaliças e plantas ornamentais”. 

Dona Fátima endossa ainda que a Rede foi e ainda é muito importante para as mulheres da comunidade, pois foi a partir do Agroecologia nas cidades que elas aprenderam a dar valor e manusear a terra e a natureza que circunda o bairro.

Entendendo que a Agroecologia une o campo e a cidade, atualmente a rede atua nas frentes de Educomunicação agroecológica e fortalecimento comunitário. A partir delas, pessoas e organizações comunitárias da zona norte a zona sul do Recife recebem apoio para ações que estimulam práticas agroecológicas em seus bairros.

Como acompanhar e apoiar a luta pela institucionalização do SAFe

Embora o impacto que o SAFe promove em bairros de periferia e, sobretudo, nas mulheres das comunidades, a iniciativa ainda não foi formalmente integrada à Universidade Federal de Pernambuco.  

Após a pandemia, parte significativa dos integrantes já haviam se formado e eles temem pela descontinuação do coletivo. Por isso, um abaixo-assinado está sendo divulgado como pedido apoio para que o grupo se torne um projeto de extensão da universidade e os trabalhos tenham continuidade. Para acompanhar e apoiar a Rede pela Transição Agroecológica siga o projeto no Instagram.

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Autor: Redação - Lupa do Bem
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