Movimento PARATODOS: projeto traz reflexões sobre a realidade de pessoas com deficiência
Ação visa conscientizar a sociedade a partir de conversas, encontros e debates
O PARATODOS é um movimento que visa provocar e construir mudanças em termos de inclusão de pessoas com deficiência. Para que isso aconteça, a equipe responsável pelas ações participa de reuniões e promove discussões, além de produzir material informativo sobre o tema. A ideia surgiu a partir da união de três mulheres – Carla Codeço, Ciça Melo e Fabiana Ribeiro – após perceberem que as dificuldades de inclusão de seus filhos poderiam ser as mesmas de muitos outros alunos, independentemente da deficiência em questão.
Os obstáculos estavam, muitas vezes, ligados à falta de uma cultura que os inserisse mais nas atividades escolares. Faltava alfabetizar o olhar da comunidade escolar, envolvendo professores, demais funcionários e famílias, para que a inclusão passasse a ser considerada um compromisso de todos, e não apenas de professores ou mediadores de uma determinada turma.
Assim nasceu o PARATODOS, tendo como missão falar, de fato, para todos, não só para alguns. A prova de que o movimento estava saindo do gueto da deficiência e trazendo mais gente para compor a discussão se traduz na chegada de Flavia Parente. Advogada de formação e graduanda de Psicologia, Flávia aderiu ao movimento pelo valor moral como um todo, ainda que não tenha questões pessoais em relação à causa.
O Movimento PARATODOS atua em três frentes principais. Entre elas, está a atitude de oferecer serviços de consultoria em inclusão da pessoa com deficiência para empresas e escolas, com diagnóstico da inclusão e plano de ação. Em relação à vivência na comunidade, o PARATODOS busca sensibilizar e mobilizar para ações mais inclusivas no dia a dia por meio de rodas de conversa, grupos de estudos, palestras e discussões. Além disso, o movimento ainda premia iniciativas pedagógicas inclusivas criadas por professores de instituições regulares de ensino em todo o país.
“Temos como maior desafio a mobilização de tempo e de recurso para o tema. Mesmo que as pessoas entendam a importância da mudança de paradigma, acabam não dedicando tempo e dinheiro para tal. Assim, a inclusão acaba ficando para segundo plano”, diz Ciça.
O Movimento PARATODOS atua em todo o território brasileiro de forma presencial e/ou on-line, nas esferas do Setor Público, Privado e no Terceiro Setor. Ciça conta que o movimento já desenvolveu trabalho com diferentes frentes, como órgãos públicos – Ministério Público do Rio de Janeiro, Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e Secretaria de Educação de Casimiro de Abreu, também no estado do Rio de Janeiro –, grupos educacionais – Grupo Eleva, Grupo Raiz, Grupo Yduqs, entre outras – e empresas, como Lóreal, Kasnak Advogados, entre outras. Organizações do terceiro setor também já estiveram na frente de atuação, como Parceiros da Educação, Pequena Cruzada, Saúde Criança, Rede Cruzada e OSC’s – Organizações da Sociedade Civil, funcionários de empresas privadas e de órgãos públicos, escolas e sociedade em geral.
“É preciso combater o preconceito ainda existente no mercado de trabalho, que não enxerga a deficiência como expressão da diversidade humana e que julga que os corpos fora dos padrões considerados normais, não servem à sociedade. Embora a lei de cotas tenha sido criada com o objetivo de promover a inclusão no mercado de trabalho, só ela não é suficiente para combater o preconceito. É preciso entender que as dificuldades experimentadas pelo indivíduo não se encontram somente no corpo com limitações, mas sim na sociedade, quando essa não está devidamente ajustada para entender e acolher a sua diversidade”, termina Ciça.
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